• Carregando...
Zetti diz não haver favoritismo no clássico | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Zetti diz não haver favoritismo no clássico| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Paraná e Atlético nunca jogam sozinhos na Vila Capanema. Quando tricolores e rubro-negros se enfrentam no palco mais tradicional do estado, um terceiro elemento sempre faz questão de participar, e influir, no clássico. Chame como quiser: "Sobrenatural de Almeida", imponderável, força oculta, de certo apenas que no Durival Britto e Silva, o impossível parece (e as vezes é) possível. Será assim hoje, às 16 horas, no confronto pelo Campeonato Paranaense?

Se "tudo correr bem", sim. E uma belo e curioso relato vai estampar os jornais e ficar gravado na memória dos torcedores amanh㠖 com direito a alguns bons clichês da bola. Até hoje, foi desse jeito que entraram para a história os três clássicos entre Paraná e Atlético disputados na Vila (duas vitórias do Rubro-Negro, uma do Tricolor).

Teve a popular "água no chope" e duas goleadas no melhor estilo "Davi contra Golias", com o considerado pequeno, pelo menos na partida, sapecando o gigante.

Em 1991, na primeira vez em que o Tricolor recebeu o Furacão em sua "casa própria", tudo estava preparado para a comemoração do primeiro título do clube "recém-nascido" (fundado dois anos antes). Bastava uma vitória no clássico e uma derrota do Operário. O chope já gelava na Vila e o Atlético, irregular na competição e de técnico novo (Sérgio Ramirez), não seria páreo.

Até que um velho conhecido na Baixada trombou na área com Gralak, fez o giro e acertou um chute mascado, tão "arisco" que o goleiro Celso Cajuru "aceitou". Deu um tapa errado na bola, ela tomou efeito contrário e o chope esquentou. Um a zero, gol de Washington, e a decisão do Estadual foi adiada.

"Lembro que na semana só se falava do Washington. E ele acabou decidindo. Nosso time era muito bom, mas vacilamos. Porém, nos recuperamos e fomos campeões na seqüência (no empate por 1 a 1 com o Coritiba)", declara o lateral-esquerdo Ednélson, atualmente trabalhando na base do Paraná e como auxiliar técnico de Ivo Petri no Combate Barreirinha.

"Para sair da Vila foi um sufoco. Minha esposa veio me buscar de carro, e acabamos levando uma pedrada", declara o ex-parceiro de Assis.

Em sua segunda passagem pelo Atlético – a primeira foi em 1982/83 –, Washington veio machucado do União São João de Araras, ficou em tratamento e estreou no clássico. "Não foi frango, a bola foi de uma forma inesperada".

Dois anos depois, mais uma vez a Vila foi cenário de um jogo atípico. A começar pelo dia e horário: quarta-feira à tarde. Enquanto o Paraná seguia firme para chegar à Primeira Divisão nacional (o que se confirmou), numa "Segundona disfarçada", o Atlético penava no mesmo grupo D.

Tanto que caiu nas mãos do "mago" Paulo Emílio e, sabe-se lá como, o treinador injetou ânimo na equipe capaz de proporcionar uma goleada incontestável sobre o rival. "Rapaz, nosso time jogou muito. Tanto que no meio da partida, um jogador do Paraná me perguntou o que estava acontecendo", rememora o lateral-esquerdo Gune, presente nos 4 a 0 do Furacão em 93.

Fora do normal como o último clássico entre os dois clubes no estádio. Depois de um jogo também incomum, em que o Rubro-Negro venceu por 6 a 1, na primeira partida da decisão do Supercampeonato Paranaense de 2002, o Tricolor por pouco não devolve na mesma moeda. Vitória por 4 a 1 e, o que parecia uma reversão impossível, quase veio à tona.

Como fato curioso, a "prisão" dos dirigentes atleticanos no vestiário. "Nós queríamos entrar no campo para comemorar. Mas acabamos sem saída, presos no túnel de acesso ao campo da Vila. Alguém trancou com cadeado a porta de ferro, e foi um suadouro desgraçado até abrirem. Depois festejamos", disse Alberto Maculan, hoje diretor superintendente do Atlético.

24/11/91

Paraná 0 x 1 Atlético

Paraná

Celso Cajuru; Balu, Castro, Gralack e Ednélson; João Antônio, Adoílson, Marquinhos Ferreira (Neneca) e Serginho; Sérgio Luiz (Dirceu) e Saulo.Técnico: Otacílio Gonçalves.

Atlético

Gilmar; Jorge Luís de Souza, Vica, Leonardo e Renato Martins; Valdir, Luís Carlos Martins (Róberson), Moreno (Tico) e Berg; Ratinho e Washington.Técnico: Sérgio Ramirez.

Estádio: Vila Capanema (Campeonato Paranaense). Árbitro: Nobuaki Morodome. Gol: Washington, aos 35 minutos do 1.º tempo. Amarelos: Ednélson (P), Jorge Luís de Souza, Berg e Moreno (A). Vermelho: Celso Cajuru (P). Renda: CR$ 18.250.000, 00. Público pagante: 10.000 (total: 13.972).

13/10/93

Paraná 0 x 4 Atlético

Paraná

Régis; Marques, Servilho, Gralak e Ednélson; Cássio (Romeu), Tadeu, Ney e Wanderley; Adoílson e Cláudio (S. Brasília)Técnico: Levir Culpi

Atlético

Gilmar; Serginho, Reginaldo, Jadir e Gune; Ademir Fonseca, Leomar, João Carlos Cavalo e Dedé (Pirata); Assis e Paulo Rink (Gílson).Técnico: Paulo Emílio.

Estádio: Vila Capanema (Campeonato Brasileiro). Árbitro: Jorge Emiliano dos Santos (Margarida). Gols: Ademir Fonseca aos 3’ e Dedé aos 30 minutos do 1.º tempo. Leomar aos 5’ e João Carlos Cavalo aos 25 minutos do 2.º tempo. Amarelos: Ednélson, Adoílson (P) e Ademir Fonseca (A). Renda: CR$ 3.105.250,00. Público pagante: 7.237 (total: 7.237).

02/06/02

Paraná 4 x 1 Atlético

Paraná

Neneca; Luís Paulo, André, Ageu e Fabinho; César Romero, Hélcio, Marquinhos e Alexandre (Dennys); Maurílio (Émerson) e Adriano Chuva (Márcio).Técnico: Caio Júnior.

Atlético

Flávio; Alessandro (Luisinho Netto), Gustavo, Igor e Fabiano; Cocito, Flávio Luís, Reginaldo Vital (Dagoberto) e Adriano; Alex Mineiro e Kléber.Técnico: Riva de Carli.

Estádio: Vila Capanema (Supercampeonato Paranaense). Árbitro: Héber Roberto Lopes. Gols: Maurílio, aos 3 e Kléber, aos 41 do 1º; Émerson, aos 30, Márcio, aos 34 e Dennys, aos 43 do 2°. Amarelos: Fabinho, César Romero, Adriano Chuva, Márcio e Alexandre (A); Igor, Fabiano, Gustavo, Luisinho Netto e Flávio Luís (A). Vermelhos: André, Marquinhos, Luís Paulo (P) e Alex Mineiro (A).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]