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O empate com gosto de derrota diante do Sport e o incômodo coro de burro marcaram o último ato de Estevam Soares no comando do Coritiba. Paulo Bonamigo será o substituto. O gaúcho de Ijuí volta ao clube que dirigiu por 21 meses entre abril de 2002 e dezembro de 2003, onde conquistou o Paranaense-03 de forma invicta e classificou o time à Libertadores do ano seguinte, a segunda na história alviverde.

Obcecada pela volta à Pri-meira Divisão, a diretoria considerou que o aproveitamento de 50% do antigo técnico (cinco vitórias, três empates e quatro derrotas) não seria suficiente para reconduzir o Coxa à elite.

E diferentemente de demissões anteriores, quando o clube penou na mão de interinos como Lopes Júnior, efetivado após a saída de Cuca em outubro do ano passado, a cúpula coritibana trabalhou rápido. Tão logo Estevam foi comunicado por telefone de seu desligamento – o treinador estava em São Paulo resolvendo problemas particulares e desembarca hoje pela manhã em Curitiba, quando promete dar sua versão para a demissão –, o presidente Gio-vani Gionédis convidou o amigo Bonamigo a retornar ao Alto da Glória.

"O que pesou contra o Es-tevam? Pesou a falta de resultados. Aqui ninguém está brincando. O Coritiba vai voltar à Pri-meira Divisão. E se o resultado não vem, o treinador vai para o pau", afirmou o dirigente. "Acho o Estevam um cara competente, bem-intencionado. Mas ele viveu um mau momento aqui. E isso todos devem reconhecer", completou.

Quarto técnico nesta temporada a tentar fazer o Coxa deslanchar na Segunda Divisão, o retorno de Bonamigo ao Alviverde acontece com quase oito meses de atraso. Era para o ex-meio-campista de Internacional e Grêmio ter assumido o Coritiba na reta final do Brasileiro do ano passado, substituindo Cuca. Bona chegou a definir salário e tempo de contrato. O acerto, porém, esbarrou na não liberação do Marítimo de Por-tugal, último clube do treinador.

Sem alternativa, e sufocado pela série de insucessos que culminaram com o rebaixamento da equipe, o jeito foi apelar para o discurso motivacional de Márcio Araújo, primeiro técnico a ser degolado neste ano com uma performance de 52% dos pontos conquistados.

"O Bonamigo é amigo do Coritiba, amigo do presidente e amigo da diretoria. Ele só saiu daqui porque quis respirar outros ares. E só não voltou antes porque não houve acordo. Agora tenho certeza de que nesse retorno ele nos fará campeão da Série B", comentou Gionédis, deixando claro mais uma vez a idéia fixa que o persegue.

A contradição, entretanto, é que de acordo com a matemática, a solução para colocar o Alviverde nos trilhos parece estar dentro do Couto Pereira. Treinador-tampão, Cláudio Marques é quem tem os números mais vistosos para apresentar. Nas três oportunidades em que dirigiu a equipe, Marques conquistou duas vitórias e um empate – aproveitamento de 77%. Com a saída de Estevam e por conseqüência do auxiliar Gérson Sodré, o ex-lateral-esquerdo deve ganhar mais espaço no dia-a-dia coxa-branca.

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