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A 64.ª edição do Grande Prêmio Paraná, que será realizada hoje, no Hipódromo do Tarumã, deve ser apenas uma prévia para a temporada de corridas do ano que vem. Após dois anos sendo realizada em dias úteis, em 2006 a prova mais importante do estado retornou para o domingo. Se o resultado da alteração provisória for positivo financeiramente, existe a possibilidade de o dia ser mantido também para os programas do Jockey Clube do Paraná em 2007 – reeditando o período no qual a entidade viveu seus dias mais gloriosos.

Desde que, em 1994, as corridas deixaram o domingo para dias úteis o joquéi paranaense começou, pouco a pouco, a mergulhar em uma época ruim. Na época, o motivo da mudança foi o início da transmissão via satélite das provas, o que permitiu que gente de todo o país pudesse apostar nos páreos de Curitiba. Mas para isso, o clube paranaense teve de se unir com o de São Paulo – para usar o sistema de apostas paulista – e acabou virando uma espécie de filial.

De lá para cá, em Curitiba as provas nunca voltaram para o fim de semana. Já passaram pelas noites de quarta, quinta e agora sextas-feiras. O público, sempre caindo.

"Com o retorno para os domingos, imediatamente teríamos um acréscimo de 30% a 40% em público e renda", afirma o presidente do Jockei Club do Paraná, Roberto Hasemann.

Para a mudança ser concretizada de forma definitiva, contudo, será necessário o aval do jóquei de São Paulo, quem atualmente utiliza essa data para um de seus três programas – os outros ocorrem no sábado e na segunda-feira. Aí, a parte mais difícil da negociação.

Curiosamente, o domingo é o dia mais deficitário do hipódromo paulista. Tem o pior programa, um retorno duvidoso e até o perigo de a banca quebrar – com poucos cavalos nos páreos a chance de haver acertadores no bolo e betting, que podem pagar até R$ 200 mil cada se estiverem acumulados, aumenta. Ainda assim, mesmo que o motivo seja negado pelos dirigentes paranaenses, a mudança esbarraria na inveja dos "parceiros", no medo de que, com a volta das provas para o domingo, o jóquei do Paraná crescesse demais.

A "disputa" entre as duas entidades teria se acirrado no ano passado, exatamente com a realização do GP do Paraná. Na ocasião, o Jockey Club do Paraná "flertou" com o do Rio de Janeiro. Quase acertaram a mudança para o sistema de aposta carioca. Não deu certo, e São Paulo ficou sabendo.

Então os paulistas teriam até cancelado as transmissões de corridas daqui. Só não levaram o plano adiante pelo simples fato de que a maior arrecadação entre os afiliados vem do Paraná. Por mês, R$ 1 milhão – dos quais cerca de 60% retornam para as apostas, e os outros 40% são divididos entre os dois jóqueis.

Esse, aliás, seria o trunfo paranaense: arrecadação.

"A negociação deve começar no ano que vem. Um dos nossos trunfos para mostrar que a mudança é a melhor opção será o resultado financeiro do Grande Prêmio Paraná. Daí vamos ver se eles terão a visão empresarial do negócio", diz Hasemann.

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