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Cielo demosntrou muita irritação ao falar sobre a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos | Márcio Mercante / Agência O Dia
Cielo demosntrou muita irritação ao falar sobre a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos| Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia

César Cielo abriu mão de disputar o Troféu José Finkel, em São Paulo, e não precisou dar nenhuma braçada para ser o centro das atenções nesta terça-feira no Corinthians, que abriga a competição. Com o prestígio de quem foi a Pequim e voltou com um ouro e um bronze, o nadador soltou o verbo contra a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Chateado com a falta de reconhecimento da entidade, o campeão olímpico não economizou nas palavras.

"Só recebi parabéns até agora. Estou na mesma situação em que estava antes das Olimpíadas. Não associo minha imagem à CBDA, que só quer encher o saco", desabafou Cielo nesta terça-feira, isentando apenas o coordenador técnico da entidade, Ricardo Moura, responsável por integrar o australiano Brett Hawke, treinador do brasileiro, à comissão técnica da seleção em Pequim.

Com o ouro no peito, o atleta conta que, agora, pode falar o que pensa. Diz que, se não conquistasse as medalhas em Pequim, seria detonado pela Confederação. Irritado, afirma ainda que não ganhou um só centavo com a vitória e que, no Brasil, é preciso chorar até pelas pequenas coisas.

"Sei que alguém vai me dar um prêmio, mas não sei quem é e não sei quanto é. O único dinheiro que vi até agora foi o do desfile. Mas isso é com o meu pai. Aqui no Brasil, a gente tem que chorar até por um maiô".

Cielo citou alguns momentos que o fizeram se irritar com a CBDA: o corte de patrocínios em 2006, a revolta da confederação com a sua ida para os EUA e, principalmente, sua ausência no encontro com o Presidente Lula, no Palácio do Planalto.

"Paguei várias competições do meu bolso por ser atleta profissional. Às vezes, os Correios dão uma grana, mas enrolam. De 2006 até o Pan-Americano, meu pai bancou tudo. Só nesta temporada, já gastamos US$ 2.500 (cerca de R$ 4 mil). Mas o cúmulo foi a cobrança da CBDA em cima dos pais sobre a minha ida ao Planalto. Eu estava nos EUA, e a confederação ficava ligando para os meus pais, atrapalhando o serviço deles".

Cielo disse que muitas informações só vieram à tona agora, já que seus pais, querendo poupá-lo para as Olimpíadas, não contavam nada. Os telefonemas, por exemplo, só chegaram ao conhecimento do nadador agora. Contrariado, ele afirma que a CBDA vai ter de aturá-lo nos próximos quatro anos.

"Agora eles estão na minha mão. Sou campeão olímpico. Vão ter que me aturar pelos próximos quatro anos. O que eles fizerem agora vai voltar para eles. Estou falando porque quero que todo mundo saiba a verdade".

Procurado pela reportagem, o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, não quis comentar o assunto e culpou a imprensa.

"Não tenho nada a dizer. Ao invés de ajudar, vocês só atrapalham".

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