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Decisão repleta de penetras

Dezenas de puladas de muro, bicões entrando de forma sorrateira e muitas carteiradas tornam impossível determinar a quantidade exata de pessoas que estiveram sábado no José Carlos Oliveira Sobrinho para a decisão da Suburbana. Mas quem conhece o estádio garante que foram mais de 3 mil.

A imensa maioria de torcedores do Capão Raso, contando a arquibancada, quem ficou empoleirado no muro, subiu em capôs de carros e de ônibus ou aproveitou a vista privilegiada das sacadas de um conjunto de sobrados.

Mas no fim quem fez a festa foi a pequena torcida do Combate, formada quase exclusivamente por mulheres, concentrada atrás da trave na qual saíram os dois gols da partida. Muito animadas desde o início, elas foram para o gramado comemorar e só cessaram o coro quando o time saiu carregando o troféu.

Ele já havia defendido um pênalti batido por Romário em 1998. No sábado pegou um de Líferson. Muito diferente? Para o goleiro Marcelo Valença, extasiado na comemoração do título de campeão da Suburbana pelo Combate Barreirinha, não.

Aliás, o camisa 1 não vê nem distância considerável entre o empate por 1 a 1 com o Capão Raso, que valeu a conquista da taça em território adversário, e muitas partidas do Brasileirão. "Isso aqui foi coisa de Série A", bradou, repetindo o discurso mais ouvido pós-jogo, tanto por vencedores como por vencidos.

Quem viu a decisão na gelada tarde curitibana não tem motivos para discordar. Obviamente descontando o gramado irregular, os torcedores apinhados no muro e tantas outras características que dão aquele famoso charme ao campeonato amador de Curitiba.

O pênalti aos 16 minutos do segundo tempo foi o lance simbólico de uma partida na qual o Capão Raso martelou quase o tempo inteiro em busca da vitória que levaria a disputa para a prorrogação – missão dificultada pelo gol do lateral-direito Éverson para o Combate logo aos 9 minutos da primeira etapa.

A defesa de Valença – que na época de profissional ajudou o Paraná a se safar do rebaixamento na última rodada do Brasileiro de 98 ao parar o então flamenguista Romário – foi só mais um lance no qual a retaguarda da Barreirinha levou vantagem sobre o ataque da casa. Se o camisa 1 saiu como maior herói, menções honrosas não podem deixar de ser dadas ao trio de zagueiros formado por Fernando, Guilherme e Rubão.

Líferson, líder da turma do Capão, já havia batido para fora uma penalidade na derrota por 2 a 0 da semana anterior que abriu a briga pelo título. Desta vez não agüentou a carga emocional. Logo após desperdiçar nova cobrança, caiu num profundo desânimo, pediu para sair e correu para o vestiário. Ele nem viu o gol de Odair aos 33 minutos, um prêmio para o melhor do Tricolor de Aço na partida, e a expulsão de Geraldinho, do Combate, que garantiram emoção até o fim.

Mas, segurando o resultado na base do bico para fora do estádio, o representante da Barreirinha acabou ficando mesmo com o troféu. Foi o terceiro de uma espécie de franquia do técnico Ivo Petry em quatro anos, o segundo pelo Combate, já que em 2006 treinador e mais de meio time – Valença, Hideo, Nika, Guilherme, Harrison, Geraldinho e Fernando – haviam se mudado temporariamente para serem campeões pelo Trieste.

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