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O último ato: capitão Jéci levanta a taça de campeão da Série B, sábado, no Couto | Antonio Costa/ Gazeta do Povo
O último ato: capitão Jéci levanta a taça de campeão da Série B, sábado, no Couto| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

Organizadas

Crise tem novo capítulo

A partida contra o Guaratinguetá, sábado, evidenciou um racha dentro do Coritiba que nem o tempo e o sucesso na Série B foram capazes de resolver. De um lado, a diretoria, fiel ao propósito de reerguer o clube após os fracassos que marcaram as gestões anteriores, especialmente o episódio da invasão do gramado do Couto Pereira, em 6 de dezembro de 2009, ápice dentro da campanha que levou o time de volta à Segunda Divisão. Do outro, a Império Alviverde, principal organizada ligada ao Coxa. Não há diálogo.

Sábado, ao tentar entrar no estádio com faixas e camisetas alusivas à facção, a Império foi barrada na porta. Ganhou a solidariedade de outras uniformizadas, mas perdeu a queda de braço. Protestou com cartazes provocativos – "Cantar pode?" e "Censura" – e o silêncio durante os 90 minutos, o que revoltou os "não organizados". "O Coritiba não precisa de você" foi um dos coros entoados pelo restante da torcida. Os dirigentes também fecharam a questão.

"Enquanto eu estiver aqui, eles não entram [com materiais próprios]", afirmou Vilson Ribeiro de Andrade, vice alviverde. "Já esqueceram o que fizeram no ano passado? Eles não são Coritiba, são Império", acrescentou José Fernando Macedo, integrante do grupo administrativo do clube.

Emocionado, Franco exalta seu sucessor

Ney Franco perdeu a conta do número de aplausos que recebeu no sábado, o último dia como treinador do Coritiba. Primeiro foi a diretoria, que lhe entregou uma placa como forma de agradecimento ao trabalho que levou o clube novamente à elite do futebol brasileiro. Depois, a torcida, que gritou o nome do técnico em diversos momentos do jogo com o Guaratinguetá.

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A volta olímpica do Coritiba se desfigurou por alguns instantes sábado, no Couto Pereira, após o último jogo do time na Série B 2010 – derrota por 3 a 2 para o Guaratinguetá. Enquanto o capitão Jéci, troféu em mãos, seguia o protocolo oficial, acompanhado de boa parte do elenco campeão brasileiro, Marcos Aurélio se desgarrou dos companheiros e criou um festejo próprio, em frente à torcida, balançando de um lado para o outro uma taça de papelão, presente de um fã.

A alegria tem explicação. O atacante seguirá no Alto da Glória por pelo menos mais um ano. "Está tudo certo, vou ficar. Só falta assinar o novo contrato", confidenciou, escancarando o sorriso. "Mas desta semana não passa", emendou o jogador, artilheiro alviverde no Nacional, ao lado de Rafinha, com 10 gols.

"Sofri muito no ano passado com o rebaixamento, por isso esse título e essa festa com os torcedores é muito importante para mim. Virei um coxa-branca", disse, acenando para o público que insistia em permanecer no Couto Pereira e gritar seu nome, mesmo com a partida tendo terminado há mais de 30 minutos.

Do grupo taxado como essencial na conquista do acesso e do título, Marcos Aurélio é o primeiro a encaminhar a renovação. Leo­­nardo, atacante que chegou a ter o nome especulado como reforço do rival Atlético, deve ser o segundo. "Está 90% resolvido", contou, sem dar detalhes do que compõe os 10% pendentes.

Na sequência, Rafinha irá se reunir com a diretoria para prorrogar o vínculo. Amanhã o meia participa da primeira audiência, na Justiça do Trabalho, para tentar se desvincular do São Paulo, com quem mantém contrato até o fim de 2011. Rafinha alega falta de recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ainda do período em que defendeu o Paraná, em 2009. Vencendo a disputa, renova quase que automaticamente com o Coritiba. "Estou muito feliz aqui, em um clube que me recebeu de portas abertas", disse, em entrevista recente.

Na contramão, Léo Gago e Enrico irão puxar a fila dos que irão embora. No próprio sábado, no vestiário, a dupla aproveitou um emocionado discurso de despedida do técnico Ney Franco para anunciar o retorno ao Vasco. Antes, porém, celebraram a conquista com o restante dos companheiros em uma casa noturna da região do Batel, na festa oficial coxa-branca.

"O título é resultado do trabalho de um grupo que se gosta, por isso qualquer saída será sempre sentida", ressaltou Ney Franco, que desde ontem é funcionário exclusivo da CBF, onde irá coordenar as categorias de base e treinar a seleção sub-20. Amanhã, ele faz a convocação do time que irá disputar o Sul-Americano, que também é um pré-olímpico.

Adepta do silêncio, a diretoria não confirma as renovações e não fala nem mesmo da reformulação iminente. "Por enquanto não há nada, mas estamos trabalhando", resumiu Vilson Ribeiro de Andra­­de, vice-presidente alviverde.

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