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Blefe ou cartada certeira, o plano B de Curitiba para a Copa 2014 segue na manga dos gestores, que passaram a admitir a rea­­lidade: por ora, sem Arena, não há Copa na cidade. Um de­­sen­contro entre as agendas do go­­vernador Orlando Pessuti e do prefeito Luciano Ducci fez com que o comitê do evento pedisse aos organizadores (leia-se Fifa e governo federal), formalmente, mais 30 dias de prazo para buscar uma saída.

Sem acerto com o Atlético, do­­no da praça esportiva, governo e prefeitura finalmente passaram a falar na busca conjunta pela so­­lução. A razão é simples: mesmo contestado em alguns setores, o estádio atleticano é a opção mais prática para que o evento permaneça em Curitiba. E a postura da diretoria do clube, em afirmar que cede o local desde que receba ajuda para sua conclusão, colocou os gestores contra a parede, já que, em tese, a cidade precisa mais do clube do que o inverso.

"Eles [Atlético] têm dito isso", resignou-se Wil­­son Portes, representante do es­­tado no comitê do Mundial em Curi­­tiba. "Você pode não ter es­­tra­­da, me­­trô, ruas boas, mas a Copa sai. Mas sem estádio, não sai. O Atlé­­tico é nosso plano ‘A’", completou. Na mesma li­­nha, Luiz de Car­­valho, da prefeitura, disse: "Ho­­je, dentro do que se precisa, do ponto de vista lógico, é muito mais viável a Arena". No en­­tan­­to, ele fez uma ressalva. "Até que a Fifa nos diga que o cam­­po não é mais esse porque não tem viabilidade."

Carvalho e Portes, representantes políticos no comitê, também são afinados em garantir que nem estado, nem prefeitura erguerão qualquer obra. Na tarde de ontem, o presidente do Pa­­raná, Aquilino Romani, visitou o prefeito Luciano Ducci. "Como no Nordeste a maioria dos estádios é dos estados, aqui no Para­­ná poderia ser assim. Esse foi um dos motivos da visita. Havendo interesse, temos estrutura e localização", disse o cartola, referindo-se ao terreno da sede Tarumã, colocado à disposição para o go­­verno.

A saída via Pinheirão, sempre cogitada, passaria por solução com credores (entre eles o Atlé­­ti­­co) e um custo de aproxima­damen­­te R$ 500 milhões. "Eu não posso falar em outro palco enquanto a Fifa não disser isso para mim. A prefeitura nunca irá construir um estádio municipal. Com certeza, a alternativa tem de ser privada", afirmou Car­­­­valho.

Desta forma, com a vistoria da Fifa aprovando as obras em an­­da­­mento na Arena, segue o im­­passe: quem bancará as obras? "Vamos ter de aguardar o comitê. Estão sendo estudadas ‘N’ al­­ter­­nativas", repetiu o representante da prefeitura. "Precisa­­mos de alguém com visão de negócio. Não é papel do governo ir atrás deles, mas o problema é de todos nós", confessou Por­­tes, ainda sem revelar quem seria o mecenas.

A posição desconfortável de estado e prefeitura no processo ainda rendeu duas cutucadas no clube. Portes provocou: "Dinheiro faz milagres. Podemos gastar 200 milhões e reformar o estádio do Cori­­ti­ba, por que não?" Carvalho des­­conversou: "Aonde será? Aí é que está [o problema]. Mas eu garanto, Curitiba não fica de fora."

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