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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Tapetão deixou o título ameaçado

Kimi Raikkonen já tinha cansado de comemorar o título quando veio a notícia de que uma manobra de bastidores poderia mudar o resultado da prova. Uma denúncia apontava que algumas equipes teriam utilizado gasolina adulterada. Após análise, os carros das equipes BMW e Williams apresentaram irregularidades. O combustível encontrado nos veículos estava com temperatura abaixo da permitida pelo regulamento – pelas regras, ela tem de estar no máximo 10 graus mais fria que a temperatura ambiente. Os carros de Nico Rosberg (Williams), quarto colocado, Robert Kubica (BMW), quinto, e Nick Heidfeld (BMW), sexto, estavam até quatro graus abaixo do limite.

Caso o pedido fosse atendido e a ordem de chegada mudasse na canetada, Lewis Hamilton herdaria o quarto posto, posição suficiente para tirar do finlandês a taça do Mundial de Pilotos. A tensão durou a tarde toda, entrou noite adentro e só acabou por volta de 22 horas, quando a FIA decidiu não acatar a reclamação.

São Paulo – O título mundial de pilotos humanizou, um pouco, o "Iceman" (homem de gelo) Kimi Raikkonen. O sorriso não saía do rosto do piloto, que esqueceu a tradicional sisudez para levar o jornalistas aos risos. Como se não fosse pouco, o finlandês fez uma declaração de amor aos companheiros da equipe Ferrari e não descartou a possibilidade de comemorar a principal conquista da carreira aprendendo a sambar.

Sobre a corrida, o piloto disse que só tinha uma certeza. "Sabia que poderia ultrapassar Lewis Hamilton." O que o finlandês não confiava era na conquista do título antes de ultrapassar a linha de chegada. "Eu não tinha 100% de garantia porque, se alguém na frente de Lewis saísse da corrida, poderia acontecer de eu não ser campeão. Eu precisava que todos terminassem a prova", contou "E o tempo não passava."

Kimi atribuiu o título ao trabalho da Ferrari. "Nós tivemos momentos ruins, mas sempre acreditamos que poderíamos superar. Ficamos todos juntos e não desistimos." O finlandês ainda foi além: "Tenho de dizer obrigado ao time todo. Eu amo vocês." O piloto também falou sobre a sua reputação de pé-frio. "Eu não acredito muito em sorte, mas mais em trabalho duro. Porém, com certeza, hoje (ontem) algumas coisas me ajudaram a ir bem e o carro estava perfeito", declarou. "Eu não sei se é sorte ou não, mas eu peguei para mim e foi bom para todos nós", concluiu.

Raikkonen, no entanto, revelou parte do sofrimento que viveu até ser campeão. "É um sentimento ótimo vencer depois de todos esses anos. Cheguei perto (de ser campeão) várias vezes, mas não aconteceu e eu já estava pensando que esse ano seria a mesma coisa", admitiu. "É difícil acreditar que finalmente chegou a minha vez. Até porque foi meu primeiro ano na Ferrari e em certo ponto do campeonato o título parecia muito distante. Mas consegui voltar à briga."

Um jornalista italiano perguntou a Raikkonen se ele não comemoraria o título sambando. "É possível. Provavelmente eu vou dançar", disse o piloto, que revelou torcer para que o título não altere demais a sua rotina. "Mas provavelmente vou ver mais histórias sobre a minha vida por aí", complementou o piloto, levando os jornalistas aos risos, já que ele andou às turras com a imprensa pela divulgação de seus excessos em noitadas.

Raikkonen não poderia, contudo, fugir completamente de sua essência, e no fim voltou um pouco à sua tradicional rabugice ao deixar um recado aos paparazzi. "Eu vivo a vida como eu quero e é isso aí."

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