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José Aldo quebrou o protocolo e deixou o octógono para comemorar seu triunfo junto com o público na Arena HSBC, na Barra da Tijuca | Vander Roberto/ UFC
José Aldo quebrou o protocolo e deixou o octógono para comemorar seu triunfo junto com o público na Arena HSBC, na Barra da Tijuca| Foto: Vander Roberto/ UFC

Vacilo

Perde na balança, para Belfort e é demitido

Anthony Johnson estava entalado na garganta de Vítor Belfort desde que o americano se apresentou para a pesagem, na sexta-feira, com cinco quilos a mais do que o limite da categoria média. Enquanto o carioca sofria para cortar as últimas gramas e bater 84 kg, seu adversário simplesmente desistiu de cumprir a regra. Pior pa­­ra Johnson, que involuntariamente cavou a própria derrota na madrugada de domingo, no UFC Rio.

Mais focado do que o normal, Belfort – que estreava em casa após 15 anos como profissional de MMA – contou com o incentivo da torcida o tempo todo. E com um mata-leão bem aplicado, finalizou o adversário no primeiro round.

"O que aconteceu foi uma imensa falta de respeito [se apresentar acima do peso]. Mas disse ao Dana e ao Lorenzo que ele poderia estar até com 250 kg que eu lutaria. Nunca poderia desapontar a eles e nem aos fãs que vieram assistir ao UFC no Rio", criticou Belfort, que chegou à segunda vitória seguida e fica mais próximo de uma revanche contra Anderson Silva se derrotar Wanderlei Silva em junho, em São Paulo.

Além da derrota e de 20% da bolsa, Johnson também perdeu o emprego. Chamado de antiprofissional pelo presidente do campeonato, "Rumble" vai ter de achar outro lugar para competir.

"Foi o maior desastre da história das pesagens do UFC. Eu sempre digo que no UFC é assim: três strikes e você está fora. Johnson cometeu três erros. Então, está fora", esbravejou Dana White, citando outras duas oportunidades que o americano extrapolou o peso. (FR)

Melhores momentos

Saiba quais foram as situações mais marcantes da terceira edição brasileira do UFC

Pé na orelha

O nocaute de Edson Barboza sobre Terry Etim foi espetacular. O inglês caiu duro no chão após receber um potente chute giratório no rosto.

Chaveirinho mineiro

Contra o americano Mike Massenzio, o mineiro Rousimar Toquinho venceu pela sexta vez da mesma maneira na carreira: a chave de calcanhar.

Bateu, mas não levou

Erick Silva nocauteou o brasiliense Carlo Prater em 29s, mas o árbitro o desqualificou por um golpe ilegal na nuca do rival. A decisão foi contestada.

Uuuuuuh!

Mike Pyle foi o único estrangeiro a comemorar no Rio. Ele nocauteou o baiano Ricardo Funch, provocou a torcida e tomou a maior vaia da noite.

Vestido de preto, com cabelo raspado e cara de mau, o segurança que vigiava uma das duas entradas do octógono do UFC Rio não acreditou na cena que presenciou na madrugada de domingo.

Quando ele resolveu agir e levantou o braço esquerdo, já era tarde. José Aldo Jr., o peso pena campeão do maior campeonato de artes marciais mistas (MMA) do mundo havia saído da jaula num piscar de olhos em direção aos braços do público, que praticamente lotou as arquibancadas da HSBC Arena, no Rio de Janeiro.

Instantes antes, o amazonense de alma carioca, torcedor do Flamengo, e candidato a ídolo nacional, nocauteou com dois golpes o americano Chad Mendes – o terceiro homem que tentou roubar seu cinturão de ouro do Ultimate Fighting Championship (UFC). Faltava um segundo para o fim do primeiro round.

Na comemoração, José Aldo foi abraçado, beijado e festejado pelos fãs por longos dois minutos até ser carregado de volta ao ringue nos ombros de outro guarda-costas do evento. Um corrimão da arena foi quebrado durante o breve rompante de alegria do lutador. Um momento de catarse para quem saiu da periferia de Manaus e venceu na vida dependendo apenas do próprio suor.

"Foi uma emoção muito grande. Desde a hora que entrei, a galera toda me jogou para cima, com muita energia positiva. Dava para ouvir o grito de ‘vai para cima, Aldo’. Sei que não devia ter feito aquilo, mas estava emocionado. Me deixei levar, não teve como", desabafou Aldo, cuja atitude assustou o presidente do UFC, Dana White.

"Nunca vi algo assim. Ele me assustou, poderia ter se machucado, mas está tudo bem", relevou o dirigente, satisfeito com a apresentação do brasileiro.

O triunfo comprovou o dono da melhor técnica no octógono. O desafiante, oriundo do wrestling, tentava a todo custo derrubar o campeão para, então, ter a chance de acertá-lo no chão. Embora não seja nenhum especialista na área, Aldo mostrou uma eficiente defesa de queda – aprimorada pelos treinos com o americano Gray Maynard semanas antes do combate.

Quando conseguiu se livrar do rival a poucos segundos de o gongo soar, Aldo girou e aplicou uma joelhada de muay thai direto no rosto de Mendes. O reflexo seguinte foi aplicar um "superman punch" com o oponente caído e então, sem pensar, partir em direção aos fãs que cantavam seu nome, sem chance de brutamontes pará-lo.

Parece que o posto de melhor artista marcial brasileiro já estará preenchido quando Anderson Silva, 36 anos, onze a mais do que Aldo, decidir se aposentar.

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