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Contador atrai dezenas de repórteres para se defender de acusação de doping | Sérgio Perez / Reuters
Contador atrai dezenas de repórteres para se defender de acusação de doping| Foto: Sérgio Perez / Reuters

Madri - Alberto Contador, três vezes campeão da Volta da França, testou positivo para uma substância proibida no último dia de descanso da tradicional prova ciclística mundial, em julho, e negou veementemente em uma entrevista coletiva que as substâncias encontradas fossem para melhorar sua performance.

Ele afirmou que o doping se deu por contaminação alimentar. "Sou uma vítima", falou um Contador visivelmente emocionado, em sua cidade natal, Pinto, no subúrbio de Madri. "Estou triste, desapontado, mas mantenho a cabeça erguida", falou. "É um caso claro de contaminação alimentar. Eu não vou tolerar qualquer sanção."

Contador, de 27 anos, está enfrentando a possibilidade de perda do título da Volta da França 2010 e uma suspensão por dois anos, mas declarou não estar preocupado com nenhuma das ameaças e ainda chamou o teste positivo de um "autêntico engano". "Eu não vou permitir que uma coisa dessas destrua tudo", disse. "Não vai ser fácil, mas não acho que isso vá me afetar".

O ciclista espanhol disse que comeu carne contaminada com clembuterol, uma droga para perda de peso e aumento de massa muscular, de maneira desavisada, nos dia 20 e 21 de julho, porque a carne no hotel em que a equipe Astana ficou hospedada era muito ruim – o alimento teoricamente contaminado teria sido levado por um ex-ciclista espanhol.

O teste deu positivo em 21 de julho, no último dia de descanso da prova, um dia antes da etapa decisiva de montanha. Embora vários de seus companheiros de time tenham jantado com ele, Con­­tador alega que foi o único a ser testado naquele dia.

O campeão afirmou ter sido informado do problema no dia 24 de agosto. Ou seja, quase um mês depois do título. "No dia 26 nós conversamos longamente sobre como tudo isso tinha acontecido. A própria União Ciclística Internacional (UCI) disse na minha cara que era um caso de contaminação alimentar", reclamou o espanhol.

Quando perguntado por que demorou tanto para expor o caso, Contador foi sucinto: "Se tivesse sido resolvido internamente, a imagem do esporte não teria sido arranhada". E acrescentou: "Eu posso falar alto e claro com a verdade do meu lado. Justiça será feita."

O presidente da UCI, Pat Mc­­Quaid não retornou os contatos feitos pela reportagem, mas a entidade disse que o es­­pa­­nhol foi provisoriamente suspenso e que sua amostra de urina continha "uma pequena concentração" da droga proibida – uma quantidade 400 vezes menor do que os la­­boratórios reconhecidos pela Wada (Agê­­ncia Inter­­na­­cional Anti­­doping) devem ser capazes de detectar.

Contador alegou que a ínfima dose da substância encontrada em sua urina não ajudaria a melhorar sua performance. A defesa do atleta terá como base as amostras de urina e sangue do dia anterior e posterior ao que acusou o doping.

Tradução livre: Sandro Gabardo

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