• Carregando...
 | Reprodução TV Paranaense
| Foto: Reprodução TV Paranaense

Técnico agora aposta em Jade

Quatro anos depois de o Brasil depositar as esperanças em Daiane dos Santos para obter a primeira medalha olímpica, Jade desponta como a nova aposta. O palpite vem de quem mais conhece as ginastas brasileiras: o técnico ucraniano Oleg Ostapenko.

"Gostei muito da forma como ela competiu no Mundial. Se ela caprichar na Olimpíada, pode conseguir medalhas no individual geral e em mais dois aparelhos", disse o técnico. "Acho que a Jade está um nível acima da Shawn Jonhson [ouro na prova no Mundial] e da italiana [Vanessa Ferrari, que dividiu o terceiro lugar com a brasileira]", afirmou.

São Paulo – Daiane dos Santos pode ficar de fora da Olimpíada de Pequim, no ano que vem, ou ter apenas um papel secundário na equipe brasileira, que passa a ter Jade Barbosa como destaque.

Ontem, na chegada da seleção que disputou o Mundial de Stuttgart, na Alemanha, o técnico ucraniano Oleg Ostapenko, de 62 anos, confirmou a nova realidade da ginástica artística feminina.

Segundo ele, Daiane sofre com as dores, por causa de problemas nos joelhos, nos pés e nos tornozelos. E, para o técnico da seleção nacional, as esperanças brasileiras na Olimpíada de 2008 devem se concentrar mesmo em Jade, que brilhou no Mundial de Stuttgart – foi medalha de bronze no individual geral, um resultado histórico.

Oleg revelou que Daiane ajuda muito a equipe brasileira, mas vem treinando com muito sacrifício. "Pode até competir na Olimpíada, mas não sei, tem muitos problemas", admitiu o ucraniano. No Mundial, por exemplo, ela teve um desempenho ruim até mesmo no solo, sua especialidade.

O treinador também está preocupado com Laís Souza, de 18 anos, que tem um edema ósseo no pé direito. Oleg tem dúvidas se ela poderá se recuperar a tempo de competir bem nos Jogos de Pequim, marcados para agosto de 2008.

Apesar das declarações de Oleg e dos problemas físicos que vem enfrentando, Daiane não pensa em ficar fora dos Jogos de Pequim. "Eu ajudei a seleção a se classificar para a Olimpíada e, com certeza, vou querer o meu lugar lá dentro", avisou a ginasta de 24 anos.

Daiane explicou que Oleg conhece suas dificuldades físicas atuais. "Ele fala isso porque sabe o nível da dor que eu sinto. No Pan, o meu pé detonou na competição por equipes e eu fiquei duas semanas tratando forte para ir ao Mundial e ajudar a equipe. Acho que ele fala tudo isso porque eu sou mais velha, é mais difícil de me recuperar de lesão."

Com os problemas de Daiane e Laís Souza, quem brilhou em Stuttgart foi Jade Barbosa, que tem apenas 16 anos e disputou seu primeiro Mundial. Na volta ao Brasil, ela se emocionou e chorou quando contou sobre a conquista da medalha de bronze.

"Eu treinei bastante, me preparei, mas não acreditava que eu era terceira do mundo. Eu nunca acreditei. Mas pode ver que estou bem feliz", admitiu Jade, que recusou a responsabilidade de ser a esperança de medalha brasileira na Olimpíada. "Não sou apenas eu, mas tem toda uma geração da ginástica que está trabalhando. Ainda tenho um ano pela frente, para treinar, me preparar."

A equipe masculina também desembarcou ontem. Eles não conseguiram classificar a seleção completa para Pequim, mas tiveram um grande resultado individual, com o ouro de Diego Hypólito na prova de solo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]