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Bancado pelos chineses (US$ 56 milhões), estádio de Dar Es Salaam  nada tem a ver com a arquitetura miserável da cidade | Albari Rosa/Gazeta do Povo – Enviado especial
Bancado pelos chineses (US$ 56 milhões), estádio de Dar Es Salaam nada tem a ver com a arquitetura miserável da cidade| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo – Enviado especial

Bastava por o pé fora do estádio de US$ 56 milhões construído pela China para sentir um imenso choque de realidade entre a verdade e a fantasia no país.

Dentro da praça esportiva, o ambiente é europeu. Cadeiras confortáveis, gramado impecável, pista de atletismo de última geração e torcedores muito bem acomodados e afeiçoados.

Fora, um batalhão de curiosos se aglomerava em frente ao portão e só espantados por truculentos soldados não tentaram invadir. Quem sai, está arriscado a não voltar das esburacadas ruas quase sem calçamento ao redor.

Ao tentar entrevistas sobre a admiração dos tanzanianos pelo futebol brasileiro, a reportagem foi cercada. Mas, ao contrário do que ocorreu no Zimbábue – no amistoso da semana passada –, a recepção não foi das mais amigáveis. Grupos de pessoas tinham comportamento ameaçador.

"Do lado de cá [dentro do estádio] são só 90 minutos. Depois voltamos para a realidade. Aquilo lá [fora] é o verdadeiro país", diz o torcedor Mohamed Kassongo, um fã irrestrito do Campeonato Inglês e do Liverpool.

Por mais que a loucura pelos brasileiros e pela seleção não seja como em outros pontos do continente africano, há moradores de Dar Es Salaam fanáticos pelos "Samba Boys". Vestindo uma camisa azul da seleção brasileira, Wallid Rohit, já dentro do estacionamento do estádio, desfilava todo seu conhecimento sobre os pentacampeões.

"Minha admiração pelo Brasil começou em 1994. Aquele time era puro samba e magia", comenta. Para ele, é difícil acreditar que justo na terra do futebol que admira, a equipe tetracampeã tem a pecha de ter jogado feio.

Não menos empolgada, a torcedora Ashoore Mushimari vestia o uniforme amarelo do Brasil e aguardava ansiosamente pelos craques que aprendeu a ver na televisão. Especialmente Kaká.

"É o meu jogador favorito. Mas quero apenas ver ele jogar. Aqui na Tanzânia somos diferentes, não temos essa excitação de ficar cantando e gritando atrás dos famosos", explicou, numa situação bem diferente da vivida na África do Sul e no Zimbábue.

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