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O atacante Lionel Messi durante treino do Barcelona ontem, antes do jogo de hoje contra a Internazionale de Milão | Gustau Nacarino/ Reuters
O atacante Lionel Messi durante treino do Barcelona ontem, antes do jogo de hoje contra a Internazionale de Milão| Foto: Gustau Nacarino/ Reuters

Melhor jogador do mundo, o argentino Lionel Messi vai passar pela maior provação da sua carreira na Copa da África do Sul. Aos 22 anos (fará 23 durante a disputa), o craque tenta acabar com o tabu de o principal destaque da temporada anterior fracassar no Mundial.Desde 1991, quando a premiação oficial da Fifa foi instituída para o melhor do ano, a maldição persiste. Em 94, o italiano Roberto Baggio perdeu o pênalti decisivo frente ao Brasil. Quatro anos mais tarde, na França, Ronaldo fez uma boa competição, mas no dia da final teve uma convulsão que atrapalhou o Fenômeno e toda a equipe brasileira diante da França.Já em 2002, o português Luís Figo foi uma decepção completa e a esquadra lusitana não passou da pri­­meira fase. Pior ainda fez Ro­­nal­­di­­nho Gaúcho em 2006. Após arrebentar no Barcelona e conquistar a Liga dos Campeões, no torneio de se­­leções, na Alemanha, o meia foi um desastre como praticamente to­­do o time de Carlos Alberto Par­­reira.

"A Copa é um torneio curto. É bem diferente de um campeonato mais longo. O futebol é muito dinâmico, o desafio do Messi será muito grande. Ele será muito marcado e todos os holofotes estarão sobre ele", afirma Carneiro Neto, colunista da Gazeta do Povo e da Rádio CBN.

A atual fase de Messi, coincidentemente também astro do Barça, é até melhor do que a do Gaúcho há quatro anos. Em 44 partidas (38 como titular) somando o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei e a Liga dos Campeões, La Pul­­ga, como é chamado pelos portenhos, marcou 36 gols.

Números incríveis, que fazem o "herdeiro" de Maradona chegar como principal referência futebolística à Copa.

"Tem de dar tempo. Ele está acostumado com um futebol no qual jogam todos para ele. Ele foi campeão com a seleção menor, mas tem de dar tempo a ele na seleção principal", pede o centroavante Ariel Nahuelpan, do Coritiba.

"Com justiça o Messi é o melhor do Mundo, mas a seleção argentina não é o Barcelona. O Maradona (Diego, técnico da Argentina) está tentando uma maneira em que a equipe jogue para fortalecer o futebol do Messi", reforça outro conterrâneo, o atleticano Javier Toledo.

Outro desafio para Messi é não se prejudicar com comparações que inevitavelmente irão ocorrer caso ele comprove a fama de me­­lhor do mundo na África do Sul.

"A responsabilidade de Messi é muito maior do que imaginam. Ele pode até ganhar a Copa pela Argentina e ser criticado. Isso porque há muita gente, especialmente em seu país, esperando dele atuações de Maradona na Copa de 1986", lembra o jornalista Rodrigo Bueno, da Folha de São Paulo e da ESPN.

Opinião semelhante tem o jornalista Mauro Cézar Pereira, da ESPN Brasil. Fã do futebol argentino, o especialista crê que é a equipe de Maradona quem precisa adaptar-se ao futebol do camisa 10 e não o contrário.

"O Messi não joga bem na seleção argentina porque a seleção to­­da não joga bem. A exceção foi o amistoso com a Alemanha. Não resta dúvida de que o Messi está preparado para ser o destaque da Copa. A dúvida é se a seleção está pronta para jogar no mesmo nível dele", questiona.Mesmo sem ainda ter mostrado o mesmo brilhantismo do Barça com a camisa azul-e-branca, o mo­­mento de Leo deixa a torcida portenha bem mais otimista do que nos Mundiais mais recentes. A boa fase de outros nomes, como Carlos Tevez, Diego Milito e Gon­­zalo Hi­­guaín, reforça o sentimento.

"Ofensivamente eles (argentinos) têm melhores opções até do que o Brasil. Na defesa nem tanto, mas o Maradona tem tentado um esquema mais sólido nos últimos jogos. O teste será mesmo a Copa. Se der certo, é possível que a Argentina seja uma das favoritas", avalia Pereira.

Colaboraram Ana Luiza Mikos e Napoleão de Almeida.

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