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Jogadores da Costa do Marfim fazem alongamento no acanhado estádio de Shapeville, cidade próxima a Johannesburgo. Domingo, os Elefantes tentam parar a seleção brasileira no Soccer City | Issouf Sanogo/ AFP
Jogadores da Costa do Marfim fazem alongamento no acanhado estádio de Shapeville, cidade próxima a Johannesburgo. Domingo, os Elefantes tentam parar a seleção brasileira no Soccer City| Foto: Issouf Sanogo/ AFP

O astro

Drogba, novela de mistério

Existe time sem Didier Drogba? É essa a pergunta que vem atormentando os marfinenses. O atacante do Chelsea, principal nome da seleção, fraturou o braço direito em um amistoso com o Japão, há duas semanas, durante a fase de preparação para a Copa. Ironicamente, Marcus Túlio Tanaka, um brasileiro naturalizado nipônico, foi quem tirou o camisa 11 de ação. Operado, voltou aos gramados contra Portugal, participando dos minutos finais da estreia dos Elefantes no Mundial.

Agora, para o jogo da "vida ou morte", domingo, ante a seleção brasileira, ninguém sabe o que esperar de Drogba. A hipótese mais provável é que, devido ao contorno decisivo que ganhou a partida, comece jogando, permanecendo em campo o tempo que suportar. "Ele está bem, pronto para nos ajudar. Didier é muito importante, nos passa confiança", diz o meio-campista Romaric. "Tenho certeza de que fará uma partida sensacional", emenda.

Drogba é o jogador que mais gols fez com a camisa da Costa do Marfim. Foram 41 bolas na rede em 69 partidas de acordo com as estatísticas da Fifa. Por isso a pressão é grande para que entre em campo contra o Brasil. "Se ele vai jogar eu não sei. Qualquer coisa nós temos o Gervinho", comenta Salomon Kalou, apostando na tática no despiste ensinada por Sven-Goran Eriksson. Apesar das evidências.

  • Peladeiros dos Jelas Jealou (de preto) e Mighty Stars (os vermelhos) fazem o clássico da região do lado de fora do campo de treino da Costa do Marfim

A Costa do Marfim saiu preocupada de Port Elizabeth. O empate por 0 a 0 com Portugal não estava nos planos. Por isso o jogo de domingo contra a seleção brasileira virou de vida ou morte para os marfinenses – ou "a nossa final de Copa do Mundo" como diz o meio-campista Romaric, companheiro de Luís Fabiano no Sevilla.

A ambição dos Elefantes ganhou corpo depois da apagada estreia do time de Dunga contra a Coreia do Norte, na terça-feira. "Antes do Mundial, todos falavam que o Brasil iria ganhar por 5 a 0. Não foi o que eu vi. As equipes estão muito parecidas, o que é bom. Prefiro assim, se­­não vence o mesmo time sempre", ressalta o armador. "Se ganharmos temos grandes possibilidades de passar de fase. Mas, se não der, pelo me­­nos o empate. O que não podemos de jeito nenhum é perder", emenda.

As frases fortes, porém, enganam. A Costa do Marfim não será necessariamente ofensiva. O sucesso parcial da re­­tranca adotada pelos orientais servirá de inspiração para os africanos no Soccer City. A tendência é que a equipe mude um pouco suas características, optando pela precaução – ou por não dar o contra-ataque ao Brasil, ponto forte da seleção sob a orientação de Dunga. "Brasil e Portugal são equipes pa­­recidas, com vários bons jo­­gadores. E no primeiro jogo nossa defesa se saiu muito bem. É só pensar que conseguimos pa­­rar [Cristiano] Ronaldo", explica Salomon Kalou, atacante do Chelsea. "O Brasil é um dos fa­­voritos ao título. Teremos muitas dificuldades. Preci­­samos é de uma atitude positiva, de força de vontade. Temos de estar sempre juntos, compactados", completa ele.

Outra estratégia para vencer o "jogo da morte" tem o sueco Sven-Goran Eriksson como protagonista. O técnico irá levar uma série de dúvidas na escalação até domingo. A principal é se o astro Didier Drogba começará como titular (leia mais nesta página). Gervinho, Keita, Dindane e o próprio Romaric estão de sobreaviso. "Precisa­­mos ser a Costa do Marfim. Mar­­car e pressionar", ensina Ro­­maric, que começou no banco contra Portugal.

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