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Emocionado, Maicon  beija a aliança para comemorar o gol que evitou o vexame da seleção na estreia | Valterci Santos/ Gazeta do Povo – enviado especial
Emocionado, Maicon beija a aliança para comemorar o gol que evitou o vexame da seleção na estreia| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo – enviado especial

Balanço

Saiba como foi a seleção brasileira na estreia da Copa contra a Coreia do Norte, ontem:

O que funcionou

Os laterais

Nem Maicon nem Michel Bastos foram brilhantes, mas se destacaram em meio à sonolência do time nacional. Bastos, na esquerda, por mais de uma vez procurou a linha de fundo, usando um arsenal considerável de dribles para se livrar do marcador. Maicon participou ativamente, às vezes errando. Abriu caminho para a vitória com um bonito gol.

Robinho

Com Luís Fabiano e Kaká em baixa, lutou sozinho lá na frente, tentando mostrar um pouco do futebol brasileiro. Acalmou o time com o passe para o gol de Elano.

Elano

Vinha na mesma batida, apresentando um futebol burocrático. Mas calou os críticos ao dar o passe para o primeiro e marcar o segundo gol da vitória brasileira.

O que não funcionou

Defesa

A melhor zaga do mundo cochilou e viu o norte-coreano Ji Yun Nam surgir livre na cara de Júlio César para diminuir o placar. Falha que contra uma seleção de maior poderio técnico pode significar a eliminação do Brasil.

KakáFicou 78 minutos em campo. Saldo: um chute a gol, passes errados e cruzamentos sem utilidade. Apesar dos desmen­­tidos em relação à sua condição física, ainda parece incomodado dentro de campo.

Alternativa à retranca

O time de Dunga gosta do contra-ataque. Quando pega um adver­­sário fechado, demora para en­­grenar. A solução pode ser a mar­­cação por pressão do campo de ataque, recurso pouco usado pelo Brasil.

  • Confira as estatísticas do jogo

A estreia brasileira na Copa do Mundo da África do Sul foi salva por Maicon. Ou melhor, por Deus. Quando o jogador recebeu o passe de Elano, avançou e chutou quase sem ângulo, pouca coisa foi planejada. A bola foi intencionalmente para o gol, disso o lateral tem certeza. E só.

"Eu chutei para o gol. Lembrei do gol que fiz em Brasília, contra Portugal. Chutei e pensei: seja o que Deus quiser", disse Maicon.

Foi o primeiro tento de um lateral-direito da seleção brasileira em Copas desde Josimar, em 1986. Na França, 12 anos depois, Cafu marcou contra a Escócia, também na estreia, mas para os registros da Fifa o gol foi contra, de Boyd.

Para efeitos práticos, contudo, vale mais a abertura do placar contra a Coreia do Norte, aos 10 minutos do segundo tempo. O gol criou espaços que até então inexistiam para o Brasil, que, em mais 17 minutos, abriu a vantagem e garantiu a vitória por 2 a 1. Isso porque os norte-coreanos descontaram aos 44, num apagão geral verde e amarelo.

"A minha meta é entrar em campo e ajudar a seleção. Não é fazer gols. O importante é conseguir o objetivo que é chegar no dia 11", disse o jogador mais participativo da partida.

Maicon, escolhido por votação na internet o melhor jogador da partida pela Fifa, recebeu a bola 86 vezes. E com ela nos pés deu 110 passes. Perto dele, apenas Michel Bastos, que foi acionado 87 vezes, mas deu 5 passes a menos.

Mas o jogador preferiu não se ater muito à partida de ontem e aos norte-coreanos. Lembrou, como todos, que o primeiro jogo de um Mundial sempre é complicado e que o frio também contribuiu para o espetáculo não ser aquela maravilha. Rapidamente seguiu em frente, como é sua característica também dentro de campo.

"Começamos bem e estamos no caminho certo. Conseguimos a liderança. Agora é descansar pa­­ra conseguir a classificação (antecipada) no próximo fim de semana, contra a Costa do Mar­­fim." Quando marcou o gol, Mai­­­con parecia ter se emocionado ao beijar a aliança.

"Pelo que passei para chegar aqui na minha partida, o meu primeiro Mundial, e fazer um gol... Não cheguei a chorar, mas beijei a aliança para agradecer a esposa. Um agradecimento a todos que confiam em mim", disse.

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