Mais uma vez o auxiliar de Dunga tomou as dores do técnico da seleção brasileira em briga com a imprensa| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo – enviado especial

É muito raro ver o técnico Dunga em público sem o auxiliar Jorginho por perto. Um fiel escudeiro do treinador da seleção brasileira na hora dos treinos, jogos, reuniões e até das entrevistas.O ex-lateral-direito, colega do chefe na equipe tetracampeã em 1994, é o responsável por coordenar a observação dos adversários. Também está nas mãos dele a programação da maior parte dos treinos.

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Em uma decisão importante – como a não convocação de Adriano, por exemplo – é a palavra do treinador a voz oficial, mas a concepção da ideia passa por Jorginho .

Foi em uma visita do assessor ao treino do Flamengo, no qual o Imperador faltou, que as chances do atacante ir para a Copa acabaram.

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No grupo de 23 atletas que está na África do Sul, também há as preferências do assistente. As convocações dos laterais-esquerdos Michel Bastos e Gilberto, após inúmeras tentativas frustradas, tiveram a participação decisiva de Jorginho.

O fato de ambos não estarem atuando com a camisa 6 em seus clubes, é enxergada de forma decisiva. "Quando eles dominam a bola na frente a qualidade de ambos, por terem jogado no meio, ajuda muito. Quem atuou um tempo na lateral, é como andar de bicicleta, você jamais esquece", avaliou o escudeiro.

Mesmo com as observações técnicas e táticas, é na hora de enfrentar o paredão das coletivas com a imprensa que Jorginho se revela. Líder da bancada religiosa da seleção, o ex-jogador tomou o microfone, ontem, para "falar da vida" e com palavras duras desfiou a imprensa sem revelar a quem exatamente se dirigia.

"Gostaria de colocar uma coisa. Tenho lido algumas coisas. Já li muito antes, mas agora não estou lendo muito. Estou muito focado na Copa. Queria saber o motivo de numa oportunidade como essa diante do treinador da seleção não fazem perguntas. Agora, estão escrevendo coisas ruins, difamando a sua moral, por que você não pede a palavra? Temos essa oportunidade de trocar ideia", afirmou ele, que teve uma rápida experiência como treinador, em 2006, no América-RJ.

"E não estou generalizando. A pessoa sabe com quem estou falando", concluiu Jorginho, quando pressionado a revelar o nome do jornalista intimado.

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O clima pouco amistoso entre a comissão técnica e a imprensa que cobre a seleção na África esquentou após Dunga responder em espanhol para uma repórter me­­xicana uma pergunta sobre as chances do hexa. O técnico não poupou as palavras, mesmo misturando duas línguas.

"Muitos jornalistas brasileiros torcem contra o Brasil só para dizer depois que ti­­nham razão", opinou o técnico, dando sinais que a relação com os mais de 400 profissionais da mídia seguirão árduos até o fim da Copa.