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O lateral-direito brasileiro Maicon arruma a meia, ainda sob o choque da eliminação da Copa do Mundo, enquanto Daniel Alves, agachado, parece tentar entender o que aconteceu em Port Elizabeth. Ao fundo, holandeses se abraçam após o triunfo | Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial
O lateral-direito brasileiro Maicon arruma a meia, ainda sob o choque da eliminação da Copa do Mundo, enquanto Daniel Alves, agachado, parece tentar entender o que aconteceu em Port Elizabeth. Ao fundo, holandeses se abraçam após o triunfo| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial

Rápidas

Programação

A seleção brasileira passou a noite em Port Elizabeth. Hoje, às 12 horas (de Brasília), a delegação embarca para Johannesburgo. De lá, às 21 horas, retorna, em voo fretado, para o Brasil. O desembarque, em São Paulo, está previsto para a madrugada de domingo. De acordo com a assessoria da CBF, todos os jogadores seguem no voo.

Conformado

Daniel Alves não demonstrou muito abatimento com a eliminação da seleção brasileira. Preferiu enaltecer o trabalho do grupo. "Fizemos tudo o que podia ser feito. Estamos de parabéns pelo comportamento em um período tão longo de concentração", disse o lateral. A frase foi repetida diversas vezes pelo jogador do Barcelona.

Na bronca

Em meio às explicações pela eliminação e às frases de consolo ao torcedor brasileiro, o zagueiro Juan arrumou um jeito de criticar a arbitragem de Yuichi Nashimura (Japão): "Nós não sentimos o jogo, talvez o juiz tenha sentido. Em um jogo de um nível tão forte, colocar um japonês que não tem tanta experiência para apitar é realmente complicado. Ele apitou muita falta que não teve, amarrou o jogo", afirmou o defensor.

No vestiário, minutos após o Bra­­sil sucumbir ante a Holanda (2 a 1), ontem, em Port Elizabeth, os jogadores se abraçaram e fizeram a úl­­tima corrente na Copa do Mundo 2010. A maioria não conseguiu se­­gurar o choro ao ouvir as palavras do capitão Lúcio, elogiando a postura de um grupo que "em 43 dias demonstrou um caráter excelente" – na visão do zagueiro.

O discurso desmoronou uma seleção abalada emocionalmente. Um time que encampou como pou­­cos o discurso do chefe, guerreando por quase um mês e meio, com a adrenalina a mil – mas sem estrutura psicológica para tanto. Dentro de campo, o descontrole pôde ser me­­dido pelo comportamento da equipe, que viu o chão se abrir tão logo Felipe Melo desviou um cruzamento de Sneijder, igualando o marcador que mais tarde seria "virado".

À parte a expulsão do volante, um personagem central retrata com precisão a pilha de nervos em que se transformou o time de Dun­ga com o passar dos minutos. Júlio César estava arrasado ao passar pela zona mista. Com os olhos vermelhos e inchados, abriu a série de entrevistas. Queria se explicar lo­­­go. Falar da indecisão ao sair do gol e do choque com Fe­­lipe Melo, capítulo que iniciou a derrocada.

"O primeiro gol deu um baque na equipe, em um lance em que eu acabei errando a bola e o Melo to­­cou de cabeça. Foi excesso de vontade das duas partes. Eu errei e ele errou", ressaltou o goleiro, re­­­­ma­­­­nescente do grupo que em 2006 também caiu nas quartas de final, eliminado pela França. "A cobrança no Brasil sempre é grande. Vocês estão vendo como eu estou. Não ti­­ve condições de pensar nisso [em continuar defendendo a seleção]. Só quero chegar em casa e abraçar a minha mulher e os meus filhos", emendou, embargando a voz.

Gilberto Silva, o capitão número 2 de Dunga, não demonstrou o mesmo controle de Júlio César. Aba­­tido, chorou em meio a uma resposta, buscando uma explicação que teimava em não vir. Se­­guiu pela via mais óbvia. "Está sen­­do duro. Todos estão abatidos e tristes. Vai ser difícil passar a noite. Demos uma bobeada e fomos eliminados, mais por erros nossos do que por méritos deles. É a vida. É isso", disse o volante que, aos 33 anos, se despede dos Mundiais – o terceiro de sua carreira. "É inevitável a tristeza que todos nós sentimos neste momento. Nosso so­­nho era sair daqui campeão", acres­­centou o zagueiro Lúcio.

Protagonistas de uma tarde em que os nervos estiveram à flor da pele. Para o mal do Brasil. "Foi o jo­­go mais amargo da minha vida", encerrou Júlio César.

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