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O técnico Dunga durante a longa entrevista coletiva ontem, no Rio de Janeiro | Sergio Moraes/ Reuters
O técnico Dunga durante a longa entrevista coletiva ontem, no Rio de Janeiro| Foto: Sergio Moraes/ Reuters

Fala, Dunga

"Eu não quero ter coerência por ter coerência. A minha coerência é com os fatos. A minha responsabilidade de montar um grupo e aquilo que eu falar os jogadores têm que acreditar. Cada um desde o primeiro dia começou a montar sua casinha, começou a colocar seu tijolinho."

"Na minha carreira tomei muita pancada... mas nunca me coloquei como vítima. Eu falo para os jogadores: não somos vítimas. Não estamos aqui pra achar desculpas, estamos aqui pra achar soluções."

"Tem aqueles [torcedores] que não querem ser felizes... não podemos chorar com eles. Temos de ser felizes com o povo trabalhador brasileiro. Temos de dar resposta para o torcedor que acorda três da manhã... e quando a seleção ganha... ele dá um sorriso."

"A mesma pressão que eu tinha em 94 eu tenho agora. Tem gente que diz: se perder ele vai ver. Isso é terrorismo. Isso é ameaça."

"A capacidade e a qualidade do Ronaldinho Gaúcho são indiscutíveis, mas tenho de tomar uma decisão. Aí dizem: ‘ele está bem no clube’. Mas mais me importa o que acontece na seleção."

"Ninguém falou que o Ganso, que é diferenciado, foi ser reserva da [seleçã] sub-20. Ninguém falou que na sub-17, com o Neymar, o Brasil foi eliminado na segunda fase."

"Vamos sangrar, mas somos descendentes de escravos. Estava vendo aquela novela dos escravos em que um deles está no pau, recebendo castigo e imaginando as coisas bonitas que viveu e o que queria para a vida. Eu faço o mesmo."

Dunga surpreendeu e convocou o atacante Grafite para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo na África do Sul. Ele entra na vaga de Adriano, que foi preterido. O jogador do Flamengo, ao saber da notícia, teria chorado – segundo declarou seus amigos.

Na lista para a Copa, Dunga preferiu apostar na continuidade do grupo com quem trabalha há bastante tempo – praticamente desde que assumiu o cargo, no segundo semestre de 2006.

É o caso de jogadores como Júlio César, Maicon, Lucio, Gilberto Silva, Elano, Kaká e Robinho, que formam a base da seleção.

Mas, apesar de pregar a "coerência", Dunga incluiu na lista um jogador que fez um único jogo sob seu comando na seleção: Grafite.

O atacante do Wolfsburg defendeu o Brasil num amistoso contra a Irlanda, em março, quando jogou apenas parte do segundo tempo. De acordo com o técnico, ele soube aproveitar sua chance, ao contrário de Adriano, que vem enfrentando seguidos problemas fora de campo.

A supresa da lista preferiu sair de casa e ficar ao lado de seu cão yorkshire, Indy, esperando pelo anúncio. "Quis sair daquela tensão, tinha um monte de gente na frente da TV. Daí pensei: ‘Se escutar uma gritaria é porque estou na lista. Se minha esposa ou meu empresário saírem da casa e virem andando devagar na minha direção, a coisa não vai ser boa’’’, disse.

Dunga também desfez outras dúvidas. Na lateral-esquerda, por exemplo, ele preferiu apostar em dois jogadores que jogam no meio de campo em seus clubes: Gilberto (Cruzeiro) e Michel Bastos (Lyon).

Também lembrou do volante Kleberson, que está no Flamengo e foi pentacampeão mundial em 2002. E optou pelo goleiro Gomes, do Tottenham, em detrimento de Victor, do Grêmio.

O treinador afirmou ainda que teve seus motivos para convocar atletas que hoje estão no banco de reservas em suas equipes, caso de Julio Baptista e de Doni, ambos da Roma (Itália): coerência e comprometimento.

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