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O zagueiro Juan se destaca nesta Copa do Mundo pelo jogo eficaz e leal | Albari Rosa / Gazeta do Povo – enviado especial
O zagueiro Juan se destaca nesta Copa do Mundo pelo jogo eficaz e leal| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo – enviado especial

Juan parece ter uma nota só. Nem o seu primeiro gol em Mun­­­­diais, ontem, de cabeça, na tranquila vitória por 3 a 0 sobre Chi­­le, fez com que explodisse. No re­­sultado que garantiu a seleção brasileira nas quartas de final da Copa, o zagueiro se per­­mitiu apenas beijar a aliança e dedicar o feito à família. Uma homenagem ao filho e ao casamento. "On­­tem [domingo] completei oito anos de união", disse ele.

Foi o único momento em que relaxou. Depois fechou o semblante e seguiu com frases curtas. "Estava procurando esse gol. Passei um ano inteiro na Roma tentando e nada. Que bom que agora saiu", afirmou. "É uma jogada que temos forte [co­­brança de escanteio de Da­­niel Alves]. Acabou por ser um grandíssimo gol por causa do cruzamento e por ter sido decisi­­vo na partida", emendou o ca­­misa 4.

Juan não é mesmo artilheiro. Pelo contrário. Seu ofício é evitar que as redes balancem. A rede, no caso, de Júlio César, seu parceiro desde as categorias de base no Flamengo. E, neste as­­pecto, Juan tem feito um Mun­­dial de exceção, confirmando a fama de que forma com Lúcio a melhor dupla de zaga do mundo.

O defensor foi perfeito on­­tem. Passou os 93 minutos sem cometer falta. Isso tendo de marcar Humberto Suazo, o prin­­cipal atacante do Chile. Até aqui, em quatro jogos, co­­meteu apenas uma obstrução. E mesmo assim não precisou sujar o calção nem levar alguém ao chão.

Tocou a mão na bola com a in­­tenção de evitar um contra-ataque de Portugal no empate por 0 a 0 – a bola cairia nos pés de Cristiano Ronaldo. Levou o amarelo. Punição que o deixa pendurado até o confronto com a Holanda, na sexta-feira. Um segundo cartão e fica fora de uma possível semifinal. Nada que tire o sono de Juan, um tímido confesso.

"Eu não controlo nada. Jogo o meu o jogo e pronto. Tento fa­­zer o mínimo possível de faltas. Mas se tiver de tomar amarelo, paciência. Tenho dois grandes jogadores no banco", ressaltou, fazendo referências aos reservas Luisão e Thiago Silva.

O zagueiro saiu do estádio com uma camisa 10 da seleção brasileira autografada pelos companheiros. Não quis dizer se é para marcar o dia em que fez o primeiro gol em Copas. Prefere seguir no anonimato. Sem falar. E sem fazer faltas.

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