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Funcionários trabalham para colocar em ordem o Estádio Mandela Bay, em Port Elizabeth, palco do primeiro jogo das quartas de final da competição, entre Brasil e Holanda: praça esportiva estava fechada ontem para os cuidados emergenciais | Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial
Funcionários trabalham para colocar em ordem o Estádio Mandela Bay, em Port Elizabeth, palco do primeiro jogo das quartas de final da competição, entre Brasil e Holanda: praça esportiva estava fechada ontem para os cuidados emergenciais| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial

Adversário

Holanda treina pênaltis

Apesar de apostar suas fichas em uma vitória durante o tempo regulamentar, a seleção da Holanda usou parte de seu treino ontem para insistir na cobrança de penalidades e afastar fantasmas do passado. Há 12 anos, na Copa da França, em 1998, o Brasil enfrentou os holandeses na semifinal do Mundial. Conquistou a vaga à final graças ao resultado na cobrança de pênaltis e a boa atuação do goleiro Taffarel.

Durante o treino, os cobradores oficiais foram escolhidos. Não perderam uma só cobrança. Pela programação do técnico Bert Van Marwijk, o primeiro a bater pênalti será Sneijder, exatamente contra o goleiro de seu clube, Júlio César. Ambos jogam pela Inter de Milão. O segundo na lista é Van Persie, seguido por Robben. Mesmo voltando de uma contusão, o craque era visto levantando a mão pedindo para cobrar quando o técnico se reuniu nesta quarta-feira no meio de campo para debater o assunto. Van Bommel e Boulahrouz seriam os últimos dois.

O pesadelo holandês de 1998 com os pênaltis marcou a geração dos irmãos Frank e Ronald De Boer e Kluivert. Ronald foi quem bateu o último pênalti, defendido pelo goleiro brasileiro e que levou a seleção de Zagallo à final. Hoje, Frank de Boer é assistente do técnico holandês na Copa do Mundo da África do Sul e quer revanche. Em 1998, não foi só Ronald de Boer que parou nas mãos de Taffarel. Cocu também desperdiçou uma cobrança. Do outro lado, o então volante e capitão Dunga converteu. Sexta-feira, Frank e Dunga se reencontram em um Mundial.

Foi demais, e o Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, mostrou uma resistência bem menor do que o líder que lhe deu o nome. Ontem, a dois dias da partida entre Brasil e Holanda, pelas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul, o local estava fechado e protegido por policiais. O motivo: recebia cuidados emergenciais, bem mais sérios do que apenas um esparadrapo – o que não permitirá mais uma vez o reconhecimento do campo, hoje.

No gramado, cerca de 20 pessoas trabalhavam pesado na recuperação do piso. Carrinho de mão, grama nova, e uma máquina para fixar e nivelar as novas partes do campo que estavam sendo trocadas. O problema enfrentado pela África do Sul com seus estádios, pelo pouco número de sedes (nove), não é novidade. Mas ainda não havia chegado a esse ponto.

"Não pode tirar fotos nem ficar aqui. Por favor. Vamos, vamos", pedia o policial que foi pego de surpresa com a chegada da reportagem, saindo de uma porta que dava acesso aos vestiários. Mesmo assim as fotos foram feitas e o policial, ainda simpático, avisou. "É que estão arrumando e não querem mostrar. Mas vai ficar bom, vai ficar bom."

O Nelson Mandela Bay é um dos estádios que terá maior número de jogos da Copa. Junto do Soccer City, em Johannes­­burgo, e o Green Point, na Cidade do Cabo, todos abrigarão oito partidas cada.

O maior problema do campo de Port Elizabeth, no entanto, é que enquanto os outros tiveram sempre no mínimo dois dias de descanso entre uma partida e outra, o Mandela Bay teve seus últimos três jogos em apenas seis dias, ou seja, uma média de apenas um dia de intervalo.

O jogo de amanhã será o sétimo no estádio, e pode escancarar um outro problema da sede: a frequência de público. Até neste momento o Mandela Bay nunca lotou. Sem­­pre foi possível se ver, entre o público, várias cadeiras vazias.

A capacidade da praça esportiva é de 42.486 assentos. Mas sobraram 11 mil lugares no jogo entre Coreia do Sul e Grécia, 5 mil entre Portugal e Costa do Marfim, 4 mil em Alemanha e Gana, 8 mil ausências para Chile e Suíça, outro 5 mil entre Inglaterra e Eslovênia e, no último sábado, havia 12 mil lugares desocupados para o confronto entre Uruguai e Coreia do Sul.

Há o fato de que o estádio ainda não abrigou um grande jogo como Brasil e Holanda, mas mesmo esse argumento não é totalmente convincente. Afinal, ontem, na antevéspera da partida que definirá o primeiro semifinalista do torneio, ainda existiam cerca de 2,5 mil ingressos oficiais à venda no site da Fifa.

É só digitar o número do cartão de crédito, desembolsar entre US$ 200 e US$ 300 dólares, respectivamente classe 1 e 2, com cadeiras posicionadas no meio do campo, e depois retirar na central de tíquetes da entidade, no centro da cidade, sem fila nenhuma.

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