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| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Agente infiltrado

Um agente das forças de segurança está infiltrado no círculo de relacionamentos dos manifestantes identificados. Fontes que participam das reuniões sobre segurança na Copa confirmam a presença do infiltrado, mas não divulgam se é um policial estadual, federal ou do Exército do Brasil. Sabe-se, contudo, que ele já tem confiança de vários manifestantes que o mantêm como um "amigo".

Sem mídia, sem força

Outra estratégia que tem sido difundida entre os agentes é a importância em manter um "certo desdém" às manifestações. Menos policiamento ostensivo demonstraria que a manifestação não é perigosa, o que denotaria a fraqueza do movimento, acredita a tese que circula entre as polícias.

As forças de segurança do Paraná descobriram um plano de manifestantes para invadir a área de exclusão no entorno da Arena da Baixada, durante os quatro jogos da Copa do Mundo em Curitiba.

INFOGRÁFICO: Veja informações sobre a segurança

Os autores da ideia são jovens envolvidos com as manifestações do ano passado, considerados integrantes de grupos black blocs, Anonymous e o coletivo do Facebook "Não vai ter Copa PR", um conjunto de pessoas interligadas pela rede social de vários movimentos contrários ao evento. Esse último marcou um dos protestos que ocorrerá no dia 16, data da primeira partida (Irã x Nigéria) do Mundial na cidade.

De acordo com as informações sigilosas que a Gazeta do Povo teve acesso, com a tática "dividir para conquistar", os manifestantes pretendem formar subgrupos e protestar em vários pontos de acesso a zona de exclusão – são 32 acessos à região protegida no entorno do estádio. As informações foram colhidas pelo monitoramento das redes sociais.

O objetivo da ideia dos manifestantes seria tentar enfraquecer as barreiras de contenção policial. Se uma equipe de policiais e agentes de segurança for ajudar a outra, um ponto pode ficar frágil. Por ali, poderia facilitar uma incursão.

"As únicas chances de eles entrarem no perímetro são espalhados e cinco, seis horas antes dos jogos ou se arrumarem a casa de alguém para sair durante os jogos, numa operação cavalo de troia", afirma um agente das forças de segurança, que preferiu não ser identificado.

Essas informações fazem parte de um levantamento que tem sido feito pelas polícias desde o final do ano passado. Isso inclui a identificação de 57 jovens apontados como líderes de vários grupos ligados aos movimentos de manifestantes. Um deles, inclusive, é filho de policiais paranaenses [um coronel da Polícia Militar (PM) e uma delegada da Polícia Civil].

Além dele, foram identificadas pessoas ligadas a vários movimentos sociais, como o passe livre, movimento negro, estudantil, e até punks, que pretendem manifestar de alguma forma durante a Copa. Uma estudante de jornalismo também está entre os monitorados. "Ano passado eles estavam menos organizados. Agora eles estão mais unidos", afirma o agente. Apesar disso, ele acredita que a organização dos manifestantes locais não chega ao nível paulista ou carioca, onde os simpatizantes estão em números muito maiores.

Agentes do policiamento reservado circularão dentro e fora da área de exclusão para identificar manifestantes. Alguns deles já estão espalhados na região com objetivo de monitorar qualquer movimento "suspeito". "A nossa principal estratégia é congelar o perímetro", comenta o agente. As pessoas vestidas de preto (cor dos black blocs) deverão receber uma atenção redobrada.

Se qualquer foco de ação violenta for notado, os policiais avisarão seus superiores no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), no quinto andar da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp). De lá, sairá a decisão de qual será a reação policial durante o mês da Copa do Mundo na cidade.

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