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Preparação

Leitos bloqueados para competição e falta de eventos corporativos aumentam temor

Não bastasse o prejuízo com as diárias das hospedagens que seriam canceladas, os hotéis da cidade também amargariam um mês perdido com a retirada de Curitiba do evento. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis do Paraná (ABIH-PR), desde que a Fifa bloqueou a maioria dos leitos da cidade, o setor reservou o período da Copa para hospedar somente torcedores, excluindo a possibilidade de receber qualquer evento do calendário corporativo.

Segundo o presidente da ABIH-PR, Henrique Lenz César Filho, por conta disso, não seria possível recuperar o prejuízo de outra forma. "Não existe calendário para essa data. Isso já está acordado há anos. Esse é um período reservado para a Copa do Mundo", afirma.

Efeito em cadeia

A enxurrada de cancelamentos partiria não só dos torcedores, mas também de uma série de patrocinadores e veículos de imprensa. "Todas as reservas que já foram feitas e pagas pela Match [agência oficial da Fifa que bloqueou cerca de 88% dos leitos em todo o Brasil] teriam que ser devolvidas", explica o presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), Dário Paixão.

O atraso das obras da Arena da Baixada não preocupa somente a Fifa e o poder público. A rede hoteleira de Curitiba e região metropolitana está à beira de um ataque de nervos. Segundo empresários do setor, a insegurança que paira sobre a organização do evento na cidade já gera prejuízos para os hotéis da cidade. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Paraná (ABIH-PR), a Fifa já bloqueou cerca de 13 mil leitos da cidade desde 2010, e o cancelamento dessas reservas implicaria prejuízo de pelo menos R$ 70 milhões.

"Os prejuízos seriam incalculáveis. Além de tudo que foi gasto pelas redes em estrutura e pessoal, seria instalada uma guerra jurídica por tudo que foi acordado e comprometido por conta da promessa da Copa", afirma o presidente da ABIH-PR, Henrique Lenz César Filho. Pelo menos 80% dos leitos da cidade e região estão comprometidos para o evento.

Mesmo com a confirmação do evento no futuro, as empresas já acumulam perdas. Segundo o diretor de Vendas e Marketing da Rede Slaviero, Paulo Brazil, os negócios prospectados pela empresa depois que a Fifa estipulou uma data-limite para Curitiba estão suspensos até que o evento seja confirmado. "Os poucos clientes que nos procuraram nos últimos dias estão pedindo uma cláusula que permite o cancelamento das reservas caso a cidade seja excluída do evento", explica.

Segundo o empresário, a empresa acelerou a construção de uma unidade nova exclusivamente em razão do torneio. "Somente em uma unidade fizemos um investimento de R$ 30 milhões, mais todos os treinamentos e modernizações da rede em geral. Se não fosse pela Copa, seguiríamos um cronograma financeiro muito mais elástico", completa.

Imagem arranhada

Por causa dessas dúvidas, a avaliação do setor é de que o abalo da imagem de Curitiba para o turista estrangeiro também é irreversível. Para o presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau (CCVB), Dário Paixão, o prejuízo já existe. "A insegurança e pessimismo já são suficientes para inibir o turismo", afirma.

Segundo Paixão, as referências negativas sobre a cidade que tomaram o noticiário internacional na última semana são suficientes para espantar o viajante que não conhece a cidade. "Um turista russo, por exemplo, pode muito bem optar por acompanhar somente dois jogos da primeira fase do seu time e riscar Curitiba do mapa", finaliza.

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