Postes e semáforos deverão ser removidos do trecho de ciclovia| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Adesão

Sistema poderá "tirar" mais de 6 mil carros de circulação

Se apenas um em cada 200 curitibanos que vivem nos bairros cortados pela Avenida das Torres passar a usar a bicicleta como meio de transporte, o novo corredor ciclístico poderá atender diariamente a cerca de 8 mil pessoas. Levando-se em conta que cada carro circula, em média, com 1,5 passageiro, isso pode representar mais de 6 mil carros a menos em nas ruas. A adesão de 0,5% da população é um índice considerado conservador. Em Bogotá, na Colômbia, a bicicleta representa 4% dos deslocamentos diários da população. Para acomodar esses mesmos 8 mil passageiros, seriam necessários 32 biarticulados "azulões".

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R$ 94,7 milhões é o valor do pacote de readequação do corredor Aeroporto-Rodoferroviária. Até agora, foram pagas nove parcelas, sendo 60% custeado pela prefeitura de Curitiba e 40% pela Caixa Econômica Federal, com recursos do PAC da Copa. No dia 4 de junho será lançado o edital no valor orçado de R$ 32,8 milhões para o restante das obras, que incluem ainda o viaduto estaiado.

Curitiba ganhará dez quilômetros de ciclovias após a conclusão do projeto de requalificação da Avenida Comendador Franco, mais conhecida como Avenida da Torres, dentro do pacote de adequação da cidade para a Copa do Mundo de 2014. A via exclusiva para circulação de bicicletas será implantada nos dois lados da avenida, com sentidos opostos, totalizando 20 quilômetros de infraestrutura cicloviária que terá largura mínima de 1,5 metro em cada lado.

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A malha irá ligar o Centro de Curitiba ao portal do município de São José dos Pinhais, na região metropolitana. A partir dali, a ligação com o Aeroporto Internacional Afonso Pena ficará a cargo da prefeitura de São José dos Pinhais. A obra é financiada com recursos do PAC da Copa e faz parte do pacote de R$ 94,7 milhões do corredor Aeroporto-Rodoferroviária. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a obra está dentro do cronograma e deve ser concluída até maio de 2014.

Obstáculos

No único trecho em que a ciclovia já foi implantada, chama a atenção a existência de obstáculos exatamente no meio da via. A prefeitura de Curitiba garante que estão previstas a retirada e a relocação dessas barreiras, que incluem postes de iluminação e de sustentação de semáforo.

A retirada dos postes é responsabilidade do setor de iluminação pública da Secretaria de Obras Públicas, enquanto a retirada do semáforo será realizada numa ação que envolve a Secretaria Municipal de Trânsito e a Secretaria Municipal de Obras Públicas em uma segunda etapa. Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, a administração municipal garante que não haverá encarecimento da obra em função da retirada dos obstáculos em etapa posterior à implementação da ciclovia.

O coordenador-geral da Associação de Ciclistas do Alto-Iguaçu (CicloIguaçu), Jorge Brand, avalia que a obra terá um importante papel na promoção do uso da bicicleta como modal em Curitiba. "É preciso acompanhar e fiscalizar a execução e a implantação do projeto tal como foi apresentado. Ainda há muita resistência do corpo técnico da prefeitura em relação à bicicleta", avalia.

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Segundo o Ippuc, a ciclovia terá circulação compartilhada com pedestres apenas em um trecho de 800 metros – entre a Rua Amauri Mauad Guérios e o Parque da Imigração Japonesa –, por impedimento da topografia do local.