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O governo temia que a Lei Geral da Copa encontrasse resistência ontem, em votação no plenário. Por isso, acertou acordo com os lí­­deres dos partidos para adiar a definição do tema para a próxima se­­ma­na. A preocupação era es­­pe­­ci­­ficamen­te com a liberação da ven­­da de be­­bidas alcoólicas nas praças esportivas, aprovada em comissão especial na terça-feira, mas que ainda é motivo de polêmica.

"Temos de tomar cuidado", re­­sumiu o relator da proposta, deputado Vicente Cândido (PT-SP). Nos bastidores, deputados es­­tão se articulando para ainda proibir a venda de cer­­veja nos jo­­gos.

Oficialmente, quem pediu que a votação não ocorresse on­­tem foi o DEM. O argumento do líder ACM Neto (BA) é de que ele precisa de mais tempo para analisar a proposta normativa. De qualquer forma, ficou acertado que essa questão será votada separadamente na próxima semana.

Enquanto a burocracia legislativa não se resolve, o ministro do Es­­porte, Aldo Rebelo, segue tentando acertar os pontos no relacionamento político com a Fifa.

Ele prometeu consultar a presidente Dilma Rousseff e responder hoje ao pedido de desculpas do se­­cretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, que afirmou que as autoridades brasileiras precisariam de um "chute no traseiro" para acelerar a preparação para o Mundial.

"Não é questão de ser tratado co­­mo segredo, é uma questão de educação", afirmou o ministro, sem antecipar se voltará a aceitar o dirigente francês como interlocutor da Fifa para tratar da preparação do país para a Copa. "Não se pode adiantar o conteúdo de uma carta no plano pessoal, empresarial e corporativo", reforçou.

Aldo também disse que não há o menor risco de a Copa ser cancelada por eventuais desavenças com os organizadores. "A Copa vai acontecer de todo jeito. Devemos recebê-la como um grande desafio, que vai testar as nossas ha­­bi­­li­­dades. Vai também testar as nos­­sas dificuldades. Temos de ter humildade para perceber isso", comentou, em visita às obras da Arena Per­­nambuco, em São Lourenço da Mata.

Já o presidente da Fifa, Jo­­seph Blatter, admitiu que tem problemas políticos pa­­ra resolver no Brasil, porém foi ameno. "Exis­­te ainda um pe­­queno problema referente às garantias do poder político, mas no final de março devo me reunir com a presidente Dilma Rousseff e seguramente so­­lucionaremos tudo. O Brasil fará um Mundial extra­­or­­dinário", falou ele, que também enviou um pedido de desculpas ao governo pela grosseria de Valcke.

Para a Fifa, o poder público bra­­sileiro tem usado o tropeço de Valcke para desviar a atenção do verdadeiro problema, o atraso das obras.

O secretário-geral da Fifa não ganhou apoio apenas de es­­trangeiros. O ex-atacante Ro­­nal­­­­do, hoje membro do conselho de administração do Co­­mi­­tê Or­­ganizador Local (COL), re­­forçou que apesar de ter sido infeliz – mesmo com possíveis erros de tradução de suas palavras – o francês tem razão em reclamar da preparação do país, pois "mui­­ta coisa está atrasada".

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