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Centro de Treinamento Alfredo Gottardi, o CT do Caju, foi avaliado no balanço do clube por R$ 33.964,70, mas servirá de garantia para o pagamento de um empréstimo de R$ 46 milhões | Arquivo/ Gazeta do Povo
Centro de Treinamento Alfredo Gottardi, o CT do Caju, foi avaliado no balanço do clube por R$ 33.964,70, mas servirá de garantia para o pagamento de um empréstimo de R$ 46 milhões| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
  • Mario Celso Petraglia chega para reunião: nenhuma palavra fora do Conselho

Com todo o Conselho Delibe­­rativo na mão, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, fez valer a sua vontade em relação à engenharia financeira para concluir a Arena.

Em apenas 2h30 de reunião, ele conseguiu por unanimidade colocar o centro de treinamento do Caju como garantia para viabilizar uma ainda confusa engenharia financeira para remodelar o estádio.

Ao todo, 203 conselheiros estiveram presentes na assembleia de ontem.

Conforme a reportagem da Gazeta do Povo apurou, o poder público estadual irá tomar um empréstimo de R$ 138 milhões no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – valor atualizado, com acréscimo de R$ 15 milhões. A quantia será repassada ao CAP S/A – sociedade anônima criada pelo Rubro-Negro para tocar a obra.

Justamente neste ponto recai a obrigação patrimonial do clube.

Sem a garantia real (no caso, um imóvel), o banco negou a ajuda, mas agora deve se reposicionar e liberar sem mais obstáculos os recursos à Fomento Paraná, autarquia do governo Beto Richa. Esta irá injetar o dinheiro na praça esportiva com a seguinte manobra: o CT será empenhado no uso de 1/3 (R$ 46 milhões) e o potencial construtivo de 2/3 (R$ 92 milhões).

Com isso, 66% é praticamente sem ônus para o Furacão.

As cifras, porém, estão acima do que foi publicado no último balanço financeiro do Atlético, de 2010. No documento, o bunker atleticano foi avaliado em R$ 33.964,70.

De acordo com a empresa de auditoria BDO, uma das mais conceituadas do ramo, o valor final da edificação será de R$ 183 milhões – com isso faltariam ainda R$ 45 milhões para fechar a conta. O complemento da quantia total também será dividido entre o Atlético e a administração municipal e estadual.

Segundo Petraglia informou seus pares, o clube já investiu sua fatia (R$ 15 milhões) na obra. Os R$ 30 milhões restantes viriam da comercialização – de responsabilidade dos rubro-negros – de parte dos títulos do potencial construtivo.

Por essa matemática, os papéis imobiliários gerariam um montante de R$ 122 milhões em receita. Se não conseguir colocar no mercado esses títulos, em tese, a agremiação vai precisar tirar dinheiro do cofre para fechar a equação.

Com o CT empenhado e o possível ok do BNDES, o Atlético agora deverá receber os recursos e iniciar os pagamentos à Fomento Paraná. O financiamento é generoso, com parcelas de até 15 anos.

O cenário de incerteza, po­­rém, continua. A equação financeira pode ter sido resolvida. No entanto, questões que envolvem as desapropriações ao redor da Arena ainda não foram sanadas. A prefeitura ganhou tempo com o atraso na liberação dos recursos do BNDES e as conversas entre a gestão Luciano Ducci e os proprietários dos imóveis seguem em ritmo lento, impedindo que as obras avancem para a toda a área prevista no projeto.

Petraglia saiu da reunião sem dar entrevista. Assim como o presidente do Conselho Deli­­berativo, Antônio Carlos Bettega, que não atendeu às ligações da reportagem da Gazeta do Povo. O clube publicou no site informações genéricas, sem citar valores, sobre o encontro com os conselheiros.

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