Após o segundo acidente fatal na Arena da Amazônia, o Ministério Público do Trabalho pediu a interdição "urgente e imediata" das obras do futuro estádio da Copa do Mundo do próximo ano. O pedido foi protocolado pelos procuradores Maria Nely Bezerra de Oliveira, Renan Bernardi Kalil e Jorsinei Dourado do Nascimento.
"O documento requer a IMEDIATA interdição de todos os setores da obra da Arena da Amazônia que envolvem atividades em altura, até que seja atestado, mediante laudo detalhado, o atendimento dos requisitos mínimos e das medidas de proteção para trabalho em altura, previstos nas Normas Regulamentadoras nº 35 e 18 do MTE, sem comprometimento do salário dos empregados", registraram os procuradores.
O MP solicitou à Justiça que fixe uma multa diária de R$ 100 mil à construtora Andrade Gutierrez, responsável pelas obras, caso a interdição não seja cumprida. "O Ministério Público do Trabalho aguarda decisão da Justiça do Trabalho", registrou o MP, em nota oficial. A construtora anunciou no sábado que as obras seriam paralisadas em "respeito à memória" do operário. Mas não indicou se retomaria os trabalhos neste domingo.
Na madrugada de sábado, o operário Marcleudo de Melo Ferreira, natural do Ceará, sofreu uma queda de uma altura de 35 metros quando trabalhava na montagem da cobertura do estádio. Socorrido foi levado ao pronto socorro ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu pela manhã. No mesmo dia, José Antônio da Silva Nascimento sofreu um enfarte quando atuava no Centro de Convenções do Amazonas, obra anexa ao estádio.
Não foram as primeiras mortes nas obras da Arena da Amazônia. Em março deste ano, o operário Raimundo Nonato Lima da Costa, de 49 anos, também veio a falecer após cair de uma altura de cerca de cinco metros. Responsável pelas obras, a construtora Andrade Gutierrez prometeu fazer uma investigação interna para descobrir a causa da morte de Melo Ferreira.
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