Nilson Paiva, advogado da Match, disse à imprensa que vai recorrer da prisão do CEO Raymond Whelan| Foto: Glaucon Fernandes/Folhapress

Após quatro dias foragido, o CEO da Match, Raymond Whelan, acusado de ser o principal fornecedor do esquema milionário de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo, se entregou à desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6.ª Câmara Criminal. O inglês estava acompanhado de seu advogado, Fernando Fernandes, que, na última quinta-feira, foi flagrado ajudando seu cliente a fugir do Copacabana Palace, minutos antes da chegada da polícia, pela porta de serviço do hotel.

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Após se entregar, Whelan ficou isolado na carceragem do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ); foi levado à Cidade da Polícia, ao Instituto Médico Legal (IML) e transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó – do Copacabana Palace a Bangu em menos de uma semana.

Até a noite de ontem, segundo o TJ-RJ, a desembargadora que recebeu Whelan, Rosita Netto, ainda não havia analisado o pedido de habeas corpus em favor dele. Na semana passada, no plantão judiciário, ele já teve um pedido negado por outra desembargadora.

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À procura do inglês, policiais da 18.ª DP percorreram pelo menos 15 lugares diferentes: endereços na Barra da Tijuca, em Niterói e até um condomínio de luxo em Angra dos Reis.

O advogado Fernando Fernandes, por meio de sua assessoria de imprensa, não informou onde Whelan passou os últimos dias. Divulgou apenas que, ao se apresentar, Whelan teria dito a seu defensor: "Enfim, poderei iniciar minha defesa criminal". Na decisão de recusa ao habeas corpus apresentado pela defesa do CEO, na semana passada, pesou contra o inglês o fato de estar foragido.

O segurança da porta de serviço do Copacabana Palace prestou depoimento nesta segunda. Segundo ele, o advogado Fernando Fernandes foi quem solicitou que saíssem pela porta lateral. "O hotel tem como regra permitir a entrada e saída de hóspedes pela porta de serviço, desde que devidamente identificado ou que seja um cliente conhecido pelos funcionários e Whelan era", afirmou o homem em depoimento. O segurança afirmou também que não sabia da existência de um mandado de prisão contra o CEO da Match. A polícia não deve mais indiciá-lo por favorecimento pessoal.

Já o advogado Fernandes e o gerente do hotel ainda precisam se explicar. Intimado a depor nesta segunda, Fernandes não compareceu à 18.ª DP. O depoimento do gerente está marcado para esta terça.