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Anúncio do ANC, partido do presidente Jacob Zuma, na fachada do Soccer City: uso discutível da máquina governamental. | Albari Rosa/ Gazeta do Povo - enviado especial
Anúncio do ANC, partido do presidente Jacob Zuma, na fachada do Soccer City: uso discutível da máquina governamental.| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo - enviado especial

Johannesburgo - Orgulho nacional sul-africano, a Copa do Mundo serviu de suporte para a ANC confirmar a hegemonia política no país. Uma das principais apostas do partido negro para manter o poder foi explorar o evento em sua campanha eleitoral.

Sem medo (ou vergonha) de ficar marcado pelo uso da máquina governamental para fins eleitoreiros, o atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma, cercou o Soccer City com cartazes gigantes com a sua fotografia e dizeres do tipo: "Juntos podemos fazer uma sociedade ainda melhor".

Palco da abertura e da final da Copa, o estádio de Johannesburgo também serviu para um apoteótico discurso do presidente sul-africano na véspera da eleição, onde por várias vezes lembrou aos eleitores do evento da Fifa.

Contudo, nas vésperas do pleito, a Copa acabou perdendo espaço para uma saga daquelas que só se vê em países africanos. Após um relatório sobre supostas fraudes municipais ter sido divulgado no país, dado que na teoria fortaleceria a Aliança Democrática (DA, partido de lideranças branca e mulata) no pleito, um novo escândalo veio à tona.

Na região do Cabo, dominada pela DA, milhares de banheiros foram construídos a céu aberto. Nada de incomum, já que na África a maioria dos sanitários nas comunidades carentes é anexa às residências. Mas, neste caso, os banheiros não tinham as paredes metálicas, obrigando as pessoas a fazerem suas necessidades sem privacidade alguma.

Não se sabe qual a real influência da Copa do Mundo ou das latrinas sem parede na votação do dia 18 de maio. A ANC conquistou uma fatia de 62% das vagas em disputa nas urnas – o sistema eleitoral é proporcional com lista fechada, no qual o eleitor vota no partido, que já tem definida uma lista de candidatos pré-definida. A Aliança Democrática ficou com 24% dos votos, um pequeno avanço em relação à composição atual.

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