• Carregando...
 |
| Foto:

Bastaram quatro dias de disputa para a Copa do Mundo no Brasil ganhar a cara de uma Copa Latino-Americana. Hinos cantados à capela, bandeiras, muitas buzinas e até rojões transformaram os estádios brasileiros em ambientes amplamente favoráveis aos "vizinhos" brasileiros.

Veja como indentificar os torcedores e onde serão as invasões

As torcidas de Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai e México proporcionaram verdadeiras invasões nas sedes onde as seleções fizeram a estreia no Mundial. Em menor número, equatorianos, costarriquenhos e hondurenhos também marcaram presença.

E o sotaque espanhol não ficou restrito às praças esportivas. Espalhou-se pelos principais pontos turísticos das cidades, seja nas praias do Rio, na Avenida Beira-Mar de Fortaleza ou nos bares da Savassi, em Belo Horizonte.

A proximidade geográfica pesou para garantir a ocupação. Entre os dez países que mais compraram ingressos para o torneio, metade é da América Latina: além do Brasil, país sede, Argentina, Colômbia, Chile e México estão no top 10 de vendas. Sem contar o público verde-amarelo, essas outras nações somaram cerca de 188 mil bilhetes adquiridos.

O custo elevado dos pacotes de viagem, entre US$ 3 mil e US$ 5 mil pelo menos, não desanimou os hinchas. O colombiano Daniel Zuluaga, de 27 anos, saiu com um grupo de seis amigos da cidade de Pereira. Assim como outros milhares de conterrâneos, ele abriu mão de votar nas eleições presidenciais, realizadas ontem, para acompanhar a seleção. "Vamos eliminar o Brasil nesta Copa", provocou.

Os resultados em campo têm colaborado para a febre latino-americana se fortalecer. México, Chile, Colômbia e Argentina estrearam com vitória. "O futebol é um sentimento. Me senti em casa [no Brasil], parecia que nunca deixei meu país", disse Ricardo Gonçales, 30 anos, que compôs uma legião de 20 mil chilenos em Cuiabá.

O Uruguai foi a grande decepção da primeira rodada até aqui, mas o revés veio diante de outro país "invasor", a Costa Rica, que conquistou a simpatia dos cearenses após protagonizar a principal zebra da competição.

Simpatia demonstrada até aos eternos rivais argentinos. No Rio, os hermanos tomaram conta de Copacabana. A multidão chegou bloquear a Avenida Atlântica e organizar um desfile em carro aberto com um homem fantasiado de Papa Francisco. Clima de festa coroado com a vitória sobre a Bósnia, ontem, no Maracanã.

"Estamos sendo muito bem tratados e espero ver a Argentina campeã com o Messi como craque do campeonato", falou Marcelo Díaz, que veio de Córdoba e fez questão de vestir a camisa 10 da Albiceleste para torcer.

Nos próximos 28 dias de Mundial, o clima hospitaleiro deve se consolidar ainda mais. Mas é bom não abusar. Muitos dos vizinhos, como o México, amanhã, estarão no caminho do Brasil na busca pelo hexa e aí é bom respeitar os donos da casa.

Colaboraram Leonardo Mendes Júnior e Robson Martins

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]