Capitão do Brasil no tetra de 1994 e técnico da seleção em 2010, Dunga disse que o futebol se equiparou| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Capitão do Brasil na conquista do tetra em 1994 e técnico da seleção em 2010, Dunga evitou maiores críticas à seleção brasileira depois dos 7 a 1 que o time levou da Alemanha na semifinal.

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Em entrevista para a Fifa, Dunga acredita que é necessário mudar a mentalidade sobre os craques. "As pessoas têm que entender que uma seleção não é montada só com os melhores jogadores, mas, sim, com aqueles que se encaixam nas características de que você precisa. O futebol se equiparou muito. O problema é que, no Brasil, a gente acha que, se um jogador é excepcional, ele não precisa ter função tática. É essa mentalidade que precisa mudar", afirmou.

"[A Alemanha] Montou um triângulo num lado do campo e depois passou a mudar o jogo, com passes de 40, 50 metros. E a vantagem é que ela tinha o jogador ideal do lado oposto, que era o [Thomas] Müller, com velocidade e qualidade para dar sequência. É até delicado falar que eles não fizeram nada de anormal ou de excepcional. Mas eles fizeram, sim, porque isso é simplesmente o que todo time sonha em fazer", disse.

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"Se a gente reparar nos gols, os brasileiros estavam sempre em superioridade de marcação --mas a quatro ou cinco metros de distância. E, hoje em dia, quando é preciso jogar de forma bem compacta, dar esse espaço pode ser fatal", completou na entrevista para a Fifa.

Dunga ainda acredita que muitos jogadores do Brasil poderão estar na Copa de 2018, na Rússia. E defendeu ainda que atletas mais velhos possam estar na seleção. Citou o caso do atacante Miroslav Klose, de 36 anos, que virou o jogador com mais gols na histórias das Copas.

O treinador aproveitou para se defender das críticas que levou há quatro anos, quando deixou a seleção totalmente concentrada na África do Sul. Na ocasião, a seleção foi eliminada nas quartas de final pela Holanda após perder por 2 a 1, de virada.

Naquela Copa, Dunga ainda proibiu que seus jogadores dessem entrevistas fora do horário. "Eu fui muito criticado por deixar os jogadores mais concentrados, mas é difícil para os outros entenderem que, com o espaço de tempo sendo curto, você precisa aproveitar tudo da melhor maneira possível. Para uma seleção, Copa é trabalho. Para quem está ao redor, é uma festa. Então, tem que saber dividir bem, porque a cobrança será alta. Haverá discussões, mas, não é porque perdemos que se pode dizer que tudo está errado. Há muitas coisas boas que precisam ser aproveitadas."

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