Neymar era um dos quatro brasileiros do time atual que perdem para o México em Londres-12| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

Adversário

Giovani dos Santos se reencontra na El Tri e vira alvo de rivais

O Barcelona começou o século com dois prodígios nas categorias de base. Dois meninos que chegaram ao clube com menos de 14 anos e dividiriam o trono de Ronaldinho Gaúcho. Um menino, Lionel Messi, cumpriu tudo o que se esperava dele. Tornou-se um dos maiores nomes da história do clube. O outro, Giovani dos Santos, colecionou mais histórias na noite do que nos gramados catalães. Tornou-se um marinheiro do futebol que encontra o porto seguro apenas na El Tri.

Filho do brasileiro Zizinho, ex-jogador do São Paulo, Giovani, 25 anos, já vestiu a camisa de sete clubes. Nenhuma lhe serve tão bem quanto a da seleção mexicana – com ela, tem um título mundial sub-17 e o ouro olímpico em Londres-2012. Contra Camarões, fez dois gols mal anulados e participou do que valeu, marcado por Peralta. É o homem para o Brasil marcar no Castelão. "Ele tem capacidade e qualidade para mostrar que está no nível dos melhores do mundo. Está demonstrando isso na Copa. Fez dois gols que nos tiraram e a jogada do gol de Peralta. A combinação de dois atacantes na área é o que queremos contra o Brasil", disse o técnico Miguel Herrera, que manterá o time da estreia.

O talento de Giovani impõe respeito. Antes da final olímpica, Neymar chamou o mexicano de "craque" e "gênio do futebol". Uma lesão, porém, tirou o mexicano da final olímpica, vencida pelo México. Ano passado, com os dois em campo, Neymar fez gol e o Brasil venceu na Copa das Confederações. No reencontro de hoje, na Copa do Mundo, o resultado passará muito pelos pés e pela genialidade do antigo e do atual parceiro de Messi no Barcelona.

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"Qual sua lembrança da final olímpica de 2012?", perguntou um jornalista mexicano ao técnico Luiz Felipe Scolari na entrevista coletiva de ontem, no Castelão. "Nenhuma. Eu não estava lá", respondeu, com sua franqueza habitual, o comandante da seleção brasileira.

Confira o histórico de Felipão na seleção

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Nem ele nem o treinador mexicano Miguel Herrera estavam. O Brasil era dirigido por Mano Menezes, enquanto o El Tri tinha Luis Fernando Tena no banco de reservas do time olímpico. A variação no comando é uma clara demonstração de como as coisas mudaram nas duas seleções desde que os mexicanos acabaram com o sonho do ouro brasileiro. E não é a única.

Dos 28 jogadores que entraram em campo no Estádio Wembley naquele dia 11 de agosto de 2012, apenas seis serão titulares hoje, a partir das 16 horas, em Fortaleza. Com a amarelinha, Thiago Silva, Marcelo, Neymar e Oscar; o carrasco Peralta, autor de dois gols na final, e Hector Herrera vestindo verde.

A restrição de idade, claro, é um dos fatores que evidenciam o novo momento. Na ocasião, as equipes eram limitadas a apenas três jogadores com mais de 23 anos.

Três meses depois, o fracasso em Londres pesou na demissão de Mano. Do outro lado, Tena saiu de cena, já que José Manuel de la Torre era o técnico "titular" mexicano.

Na sequência, Felipão foi apontado para comandar seleção brasileira e tudo mudou. Enfrentou e venceu o México na Copa das Confederações por 2 a 0. E aí quem entrou em crise foram os latinos, que demitiram técnico após técnico.

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Tena voltou e foi rapidamente substituído por Víctor Vucetich. Sem resultados e com o México ameaçado de não disputar o Mundial pela primeira vez desde 1990, Herrera assumiu, colocou a equipe na repescagem e eliminou a Nova Zelândia. Tudo isso em um mês. "Então a forma de eles jogarem também mudou. A seleção que enfrentamos na Confederações jogava no 4-4-2. Hoje joga diferente", explica Scolari.

"Os brasileiros estão há mais tempo trabalhando e não mexeram tanto da base", contrapõe Herrera, confiante em uma boa partida hoje. "Os pequenos sempre nos dão mais trabalho. E contra os grandes queremos provar que não somos tão pequenos".