Curitibano ainda critica o financiamento da Arena da Baixada| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo
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A um dia da abertura da Copa e a cinco do primeiro jogo em Curitiba, um levantamento da Paraná Pesquisas, encomendado pela Gazeta do Povo, mostra que o curitibano mudou o humor e está mais animado em relação à realização do Mundial na cidade. Mesmo assim, segue crítico da maneira como o evento foi conduzido pelo poder público, especialmente sobre a fórmula de financiamento para a reforma da Arena e a falta de fiscalização.

INFOGRÁFICO: Levantamentos mostram leve aumento na aprovação da Copa em Curitiba

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Nas quatro tomadas anteriores, o apoio à Copa na capital paranaense despencou de 66,49% em junho de 2011 para 38,69% em abril de 2014, o menor de todos, exatamente no momento em que havia muitas dúvidas em torno da capacidade da cidade de entregar o estádio. O pouco tempo para o pontapé inicial, porém, inverteu levemente essa tendência, mesmo que a maioria ainda seja contrária: agora 46,43% são favoráveis.

"A proximidade da Copa mudou esse cenário. Agora está tudo pronto. E se o Brasil começar a ganhar, o apoio vai aumentar ainda mais. Mas mesmo assim é uma porcentagem muito baixa em relação à inicial", destaca o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.

Enquanto a aprovação com o evento aumen­ta, as contas da Arena ainda não foram bem digeridas pela população. Tanto que 87,9% dos entrevistados são contra o uso de dinheiro público no estádio – o número anterior era 87,5%. Ao mesmo passo, a fiscalização dos recursos aplicados segue com grande reprovação: 85,91%. Porcentual que só cresceu desde maio de 2009, quando 42,03% apontavam a falha.

Até por esse clima de reprovação, 75,99% dos entrevistados acreditam que haverá protestos em Curitiba durante o Mundial. Só que o engajamento da população não é mais o mesmo que foi no ano passado, ao longo da Copa das Confederações. É isso que aponta outra pesquisa, realizada pela Brain – Bureau de Inteligência Corporativa. A participação nas manifestações será realidade para apenas 7%. A maioria, por outro lado, vai assistir de longe: 45% não vão participar e nem apoiar os protestos e outros 39%, apesar de defenderem a iniciativa, também não vão para rua.

"O apoio caiu muito porque agora as manifestações estão mais ligadas à noção de violência do que o próprio protesto. Até por isso não teremos grandes manifestações. Serão pequenas e violentas", analisa o economista e sócio da Brain Fábio Tadeu Araújo.

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