Requião fala em “chutar” Valcke

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O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, não será recebido como substituto do presidente da entidade, Joseph Blatter, em audiência na comissão de Educação, Cultura e Esporte para discutir a organização da Copa do Mundo de 2014 e a Lei Geral da Copa. A decisão foi tomada ontem pelos senadores, que voltaram a encaminhar ao suíço o convite para participar do encontro. Blatter havia passado a responsabilidade para Valcke, que estará no país pela primeira vez desde que declarou que o Brasil precisaria de um "chute no traseiro" para acelerar a organização do evento.

Presidente do colegiado, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) deixou claro a irritação com a atitude da Fifa de oferecer o secretário-geral como interlocutor. "Se eu te convidar para almoçar na minha casa, não aceitarei o jardineiro em seu lugar. O Valcke não foi recusado, ele apenas nunca foi convidado", comentou. "Se depender de mim, ele [Valcke] receberá um pontapé em suas redondas abundâncias", completou o ex-governador do Paraná. A posição não foi isolada. O líder do governo na Casa, Eduardo Braga (PMDB-AM), manifestou respaldo à decisão da comissão. "Nós queremos ouvir o Blatter", decretou. A senadora Ana Amélia (PP-RS) foi indicada para ser a relatora na Comissão.

Em contraste ao endurecimento do discurso, o governo trabalha junto à sua base para atender à principal exigência da Fifa no momento: a aprovação da Lei Geral da Copa. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, diz que o Planalto de­­seja aprovar o projeto já no mês de maio no Senado. Para acelerar o trâmite, o ministro Aldo Rebelo estará na Casa na próxima terça-feira para uma audiência conjunta nas três comissões em que o projeto será analisado. A proposta foi aprovada na semana passada pela Câmara.