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Ônibus leito do Paranavaí deixa o Estádio Waldemiro Wágner: clube vai percorrer  4.628 km em cinco jogos como visitante | Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo
Ônibus leito do Paranavaí deixa o Estádio Waldemiro Wágner: clube vai percorrer 4.628 km em cinco jogos como visitante| Foto: Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo

Retrospecto atenua vantagem alviverde

Napoleão de Almeida, especial para a Gazeta do Povo

O supermando pode ser um su­­perproblema? Se o Coritiba repetir o desempenho da primeira fase contra os adversários do octogonal, talvez. Líder isolado, três pontos à frente do segundo colocado, o Coxa sobrou na competição até então. Mas quando se analisa somente o desempenho contra os times que passaram pelo funil, o aproveitamento não passa dos 47,6%.

Foram quatro empates (Corin­­thians-PR, Paranavaí, Atlético e Cascavel) e duas vitórias (Iraty e Operário), sendo que a única derrota que teve na competição foi para o Paraná, adversário de estreia na segunda fase. Matar o rival já na largada é a meta: "Se quisermos ser campeões não podemos perder essa oportunidade de iniciar com o pé direito", diz Franco.

O técnico mesmo reconhece publicamente que a partir de agora – apesar de todos os bônus que o Al­­viverde carrega – começará outra competição. Mas, apesar disso, caso todos repitam o desempenho da primeira parte do Para­­naense, é o Coxa quem deve ficar com a taça – graças aos critérios de desempate.

Isso porque o Paraná, que teve índice idêntico contra os demais se­­te times (47,6%, com 2 vitórias, 4 empates e 1 derrota) faria 10 pontos; enquanto o Atlético, que se deu melhor nesse rol de partidas (52,3% de aproveitamento, com 3 vitórias, 2 empates e 2 derrotas) só atingiria 11 pontos.

Ao somar os pontos extras, ru­­bro-negros e alviverdes ficariam iguais, mas o regulamento leva a taça ao Alto da Glória. Até mesmo o surpreendente Cascavel, clube que na etapa classificatória conseguiu 12 pontos (57,1%) nos jogos com os sete rivais de agora, perderia a taça por ter uma pior campanha na primeira fase.

Se a projeção contra os classificados é preocupante, o desempenho como mandante é favorável. Foram sete jogos entre Vila Capa­­nema, Paranaguá e Couto Pereira, com aproveitamento de 76,1%. O número cai ao se olhar somente as partidas no Couto Pereira nesse ano: dois jogos, uma vitória e um empate, com 44,% de rendimento.

Foi no Couto que o clube perdeu o Estadual do ano passado, ao tropeçar no Iraty – 0 a 1. Nem mesmo vencer o Atletiba (4 a 2) adiantou. Para evitar um "superproblema" e uma "superpressão", o negócio é superar o retrospecto contra os times do octogonal.

Joel Malucelli atendeu ao telefonema da Gazeta do Povo com um bom humor incomum para quem é o presidente do clube que se classificou na última colocação possível (oitavo) na primeira fase do estadual, o Corin­­thians Para­­naense. "Olha, com sinceridade, para nós não é um mal ne­­gócio jogar todas as partidas do octogonal fora de casa", diz.

Enquanto isso, a 500 quilômetros de Curitiba, Nivaldo Mazzin, o mandatário do Para­­navaí, de quem se esperava mais otimismo, estava bem menos empolgado. Sexto colocado, o Verme­­lhinho terá direito a contar com o apoio de sua torcida em duas partidas, o que não parece suficiente. "Só espero não ter de desmantelar a equipe no meio da competição", lamenta.

São apenas dois anos em vigor, mas a fórmula equivocada redigida pela Federação Para­­naense de Futebol, que ficou co­­nhecida como supermando, parece ter o poder de surpreender mesmo quando já se imaginava prever tudo a seu respeito. Se no ano passado os problemas principais foram os prejuízos do "sem-mando", desta vez os desdobramentos da regra ganharam novas nuances. A reação do dirigente do time do Parque Barigui é uma delas.

Sem torcida, na maioria das partidas que atua em casa o Corin­­thians-PR fica com um déficit de R$ 7,5 mil no caixa. Já quando pega a estrada, o gasto é calculado em R$ 5 mil. A conta que resulta no sorriso de Joel é simples: multiplicar a diferença (R$ 2,5 mil) pelos sete jogos. O resultado é uma economia de R$ 17,5 mil.

"Como temos pouco público, as despesas com arbitragem e manutenção são grandes. Nunca conseguimos cobrir o custo", conta o dirigente.

Entre o Corinthians e o Para­­navaí, a diferença na tabela da fase inicial foi de apenas duas posições. Mas financeiramente a diferença é assombrosa. São contas que começaram a ser feitas no ano passado, quando o time do interior esteve na mesma situação do clube da capital, sem po­­der jogar em casa.

Na época, o Paranavaí teve um prejuízo de R$ 130 mil. Ago­­ra, imaginava ao menos fechar a fase inicial com R$ 70 mil em caixa. Não chegou aos R$ 14 mil. E o que vem pela frente pode bater na casa dos R$ 120 mil.

"Nós deixaremos de ganhar e ainda vamos gastar", analisa Maz­zin. Ele espera somar quatro pontos nos jogos contra Iraty, Paraná e Coritiba para empolgar o torcedor e tentar recuperar um pouco do prejuízo na quarta rodada, em casa, contra o Casca­­vel, que é o terceiro personagem desta história.

O time do Oeste do estado está exatamente em um posição intermediária entre os dois anteriores: foi o sétimo na etapa inicial e terá uma partida em casa pela frente na final. Sem obter a classificação no ano passado, o clube conseguiu se precaver para o atual campeonato. Guardou o dinheiro que perderia com uma classificação entre os piores e fez parcerias.

"Já sabíamos que seria assim, mas estamos preparados. Temos bons parceiros, por isso não pagamos pelo transporte, e em alguns lugares temos desconto na alimentação", diz Ney Victor, presidente da Serpente. "Nosso objetivo é ser o melhor time do interior e ganhar o prêmio de R$ 50 mil."

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