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Tropeço causaria árduo suspense

A torcida do Coritiba pode ter que esperar até uma hora para comemorar o retorno matemático à Primeira Divisão. Isso irá acontecer se o Coxa não conseguir derrotar o Vitória. Neste caso, precisará contar com um empate do Criciúma (se o jogo no Couto terminar empatado) ou derrota do Tigre e empate de Barueri e Ceará (na hipótese de os baianos vencerem no Alto da Glória). Porém, tanto o jogo dos catarinenses, em casa, contra o Santo André, como o dos paulistas, no Nordeste, contra o Fortaleza, estão marcados para 17 horas, uma hora mais tarde que a partida do Alviverde.

Na campanha do acesso em 95, o Coritiba também foi obrigado a esperar. Na rodada final da terceira fase, o Coxa bateu o Ceará por 2 a 0, em Fortaleza, e dependia da manutenção do 0 a 0 entre Remo e Mogi-Mirim, em Belém. A partida no Pará começou atrasada, e restou à delegação paranaense esperar pelo término da outra partida por cerca de dez minutos, no gramado Presidente Vargas, para comemorar a passagem ao quadrangular final.

No Alto da Glória, estádio cheio, "pintado" de verde e branco. Munidos com bexigas da cor do clube e gargantas ansiosas para festejar o fim do tormento da Segunda Divisão, os torcedores coxas-brancas entoavam frenéticos: Olê-lê-á, Cori-ti-ba! Lá onde a bola rola, a vitória sem contestação sobre um rubro-negro garantia a volta do Coritiba à elite nacional. Esse cenário é o que pode se desenhar hoje diante do Vitória; é o que já se viu há 12 anos, contra o arquirrival Atlético.

Assim como há semelhanças, porém, há diferenças neste túnel do tempo. Na atual temporada, o Alviverde tem grande vantagem na tabela em um torneio mais justo, de pontos corridos. Já em 1995, o Glorioso chegava à penúltima rodada de um quadrangular decisivo precisando ganhar um clássico para assegurar a classificação com uma rodada de antecipação. Para piorar a situação, o Vovô amargava seis anos de sofrimento no segundo escalão do futebol brasileiro. Em 2007, o martírio completou "só" duas temporadas.

Presidente do clube no primeiro retorno, Joel Malucelli admite as semelhanças entre os episódios, mas ressalta um ponto importante: a grana. "A dificuldade de subir era a mesma. Mas o nosso orçamento era de equipe da Segunda Divisão. Agora, graças ao Clube dos Treze, o clube tem orçamento muito diferenciado dos demais participantes da Segundona", compara.

O ex-goleiro Renato, que passou a madrugada tratando o tornozelo para disputar aquele clássico, atribui à postura da torcida a principal diferença sentida pelos atletas. Segundo o hoje preparador de goleiros do Paraná, os anos fora da elite haviam deixado os fãs do clube bastante exigentes. "Se não saísse logo um gol, vinha a cobrança. Por isso foi importante abrirmos logo o placar", lembra. Alex pôs o Coxa na frente aos 10 minutos. "Atualmente, o torcedor vem mostrando paciência exemplar", conclui.

"Dificilmente perderíamos aquela partida. Sabíamos que não teríamos outra oportunidade de fazer um jogo tão importante, devolvendo o time à Primeira Divisão em um clássico", lembra o atacante Pachequinho, autor do terceiro gol nos 3 a 0 sobre o Furacão, que acabou sendo campeão na rodada seguinte.

Outro aspecto coincidente nos dois casos é a formação do elenco, com pratas da casa no time. Os frutos das categorias de base no clássico foram Auri (zagueiro), Daniel (meia), Alex (meia) e Pachequinho (atacante). Nesta tarde, Keirrison (atacante), Henrique (zagueiro) e Pedro Ken (meia) assumem esse papel.

A vantagem do time na tabela, que para muitos arrisca tirar o foco do grupo, Pachequinho confia que não atrapalhará no rendimento. "Contra a Ponte Preta o time mostrou maturidade, lutou muito. Eles tentaram se garantir já lá porque sabem da importância de voltar o quanto antes à Série A", concluiu.

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