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O zagueiro Rodrigo Mancha disputa jogada com o flamenguista Kléberson durante o vexame histórico do Coritiba no Maracanã. Desde 1996, o time paranaense não perdia de 5 a 0 pelo Campeonato Brasileiro. | Bruno Domingos/Reuters
O zagueiro Rodrigo Mancha disputa jogada com o flamenguista Kléberson durante o vexame histórico do Coritiba no Maracanã. Desde 1996, o time paranaense não perdia de 5 a 0 pelo Campeonato Brasileiro.| Foto: Bruno Domingos/Reuters

Keirrison acerta com a Traffic

Na tarde de ontem, no Rio, a Mais Sports enfim negociou 80% dos direitos econômicos de Keirrison com a Traffic – empresa de marketing esportivo que mantém parceria com o Palmeiras. Os valores da transação não foram revelados – sabe-se apenas que o K9 acertou o novo vínculo por quatro anos.

"No dia 2 de novembro (data permitida em lei para o jogador procurar um novo clube) ele assina um pré-contrato. Agora só falta um acerto entre a empresa e o Coritiba para sabermos se o jogador saírá no fim deste ano ou em abril, quando termina o contrato em vigor dele", explica Marcos Malaquias.

"Acredito que até o Coritiba (dono dos 20% restantes) vai lucrar. O clube saiu de uma perspectiva de não ganhar nada para receber uma boa quantia, ou alguns jogadores. Comunicamos à diretoria e agora o Júlio (Mariz, presidente da Traffic) está conversando com eles para comprar esta parte que falta", garante Malaquias.

O dirigente da empresa de marketing diz que negocia com o Coxa e que o destino de Keirrison é mesmo o Palmeiras. A demanda é um pedido antigo do técnico Luxemburgo. "Não fechamos com o Coritiba, mas a conversação está bem encaminhada. Agora depende do clube fechar um acordo conosco para o jogador ir para o Palmeiras no início do próximo ano", fala.

"Foi a pior partida de uma equipe dirigida por mim. Parecia que os 11 jogadores tinham se encontrado hoje no Maracanã antes do jogo." A frase do técnico Dorival Júnior resume bem a péssima apresentação do Coritiba ao ser goleado por 5 a 0 pelo Flamengo ontem.

Também foi uma das quatro piores derrotas do Coxa na história do Brasileiro. O time não sofria um placar assim desde 1996, quando perdeu de cinco para o Palmeiras. Antes, apenas Grêmio e Fluminense tinham alcançado o feito, ambos em 1984.

Agora 9 pontos longe do G4, e 15 acima da ZR, o clima de fim de feira tomou conta da equipe. A começar pelos bastidores. Antes da partida, os empresários do artilheiro Keirrison fecharam a venda da parte que possuíam sobre o jogador para a empresa Traffic – o que deve levá-lo para o Palmeiras em 2009 (ler mais nesta página). Coincidência ou não, o K9 não foi nem sombra do jogador que vem chamando a atenção de grandes clubes do mundo.

Mas não foi apenas ele que jogou mal. "Hoje (ontem) mais de 80% dos nossos jogadores atuaram abaixo do normal", analisou Júnior, em seguida assumindo a responsabilidade geral. "Quando o time perde, sempre a culpa é do treinador."

Mas ele não aceitou as críticas pela escalação inicial, com o meia João Henrique no lugar do atacante Ariel. "Foi uma substituição normal. Treinamos muito assim, já jogamos desta maneira e agora voltamos a usá-la. Jogamos apenas três vezes com Ariel e Keirrison na frente, e não vínhamos bem. Não foi por causa disso que perdemos."

No mínimo, o treinador levou azar. Em 20 minutos, João Henrique perdeu uma chance de gol clara e fez um pênalti bobo em Obina – Vanderlei até defendeu a cobrança de Léo Moura, mas o flamenguista marcou no rebote. Ainda no primeiro tempo, Obina fez o segundo após um contra-ataque puxado por Kléberson.

No intervalo, o meia Carlinhos Paraíba – que segue em má fase – mostrou não concordar com o técnico. "(A substituição) desestruturou um pouco, né...", soltou, antes de amaciar. "Mas todo mundo sabia o que tinha de fazer."

E a situação ainda ficaria pior. A pouca competitividade ficou evidente nos últimos 15 minutos. Perdendo por 2 a 0, o time simplesmente "largou". A partir daí foi um contra-ataque carioca atrás do outro, sempre com muito espaço e facilidade. Ibson fez o terceiro, Maxi o quarto, após falha de Vanderlei, e, com requintes de crueldade, o goleiro flamenguista Bruno bateu um pênalti com cavadinha e tudo para fechar a conta.

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No Rio de Janeiro

Flamengo

Bruno; Jaílton, Airton e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Toró, Kléberson (Fierro), Ibson e Luizinho (Fernando); Marcelinho Paraíba (Maxi) e Obina. Técnico: Caio Júnior.

Coritiba

Vanderlei; Maurício, Felipe e Rodrigo Mancha; Marcos Tamandaré (Tiago Silvy), Alê, Leandro Donizete (Marlos), João Henrique, Carlinhos Paraíba (Jaílson) e Ricardinho; Keirrison. Técnico: Dorival Júnior.

Estádio: Maracanã. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS). Gols: Léo Moura aos 20 e Obina aos 35 minutos do 1º tempo; Ibson aos 32, Maxi aos 34 e Bruno aos 47 do 2º tempo. Amarelos: João Henrique e Rodrigo Mancha (C). Renda: R$ 511.963,00. Público pagante: 28.648.

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Interatividade

Keirrison precisa ficar no Coxa até o término do contrato, em abril, ou o clube deveria faturar alguma coisa e liberá-lo logo após o Brasileiro?

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