| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A heterogeneidade do Conselho Deliberativo do Coritiba será mais um desafio a ser administrado pelo novo presidente do clube, Samir Namur.

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Representante da chapa Coritiba do Futuro, Namur foi eleito após pleito no último sábado (9). Na quinta-feira (13), o clube define a composição da mesa diretiva do novo Conselho Deliberativo.

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A eleição do Coxa teve três chapas. A formatação do Conselhão, por sua vez, obedece ao princípio de proporcionalidade. Desta maneira, a chapa de Namur terá 61 cadeiras, enquanto as duas chapas derrotadas terão, juntas, 99 postos (61% das cadeiras) — 51 deles para a Sangue Verde, do candidato João Carlos Vialle e 48 para a Novo Coritiba, de Pedro Guilherme de Castro.

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Ou seja, em teoria, a maioria do Deliberativo será de oposição. Com poderes para convocar o presidente, questionar decisões administrativas, cobrar publicamente os gestores do clube, o órgão tem influência direta nas decisões do G5. Foi assim, por exemplo, quando convocou o ex-presidente Bacellar para explicar a contratação de Dion Careta e a parceria com o Atlético para ceder o Couto Pereira.

Na prática, entretanto, existe e esperança de uma união. Nos corredores do Couto Pereira, já existe forte aproximação entre a chapa de Castro e a diretoria de Namur. Procurado, o representante da Novo Coritiba não atendeu à reportagem.

Já Vialle admite a possibilidade de uma composição, mas garante que esta decisão ainda não foi tomada. “Estamos sempre dispostos a fazer uma união, mas não pensamos nisto ainda até o presente momento”, despista. “Vamos trabalhar nisso, alguns contatos já estão sendo feitos”, prossegue.

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Namur, por sua vez, espera que a convivência entre as diferentes correntes do Deliberativo seja pautada pelo diálogo.

“Eu acho muito interessante essa heterogeneidade, pois evita que o grupo que irá gerir o clube aja de forma fechada. A diferença de vozes é muito importante”, declarou ao site oficial do clube. Namur foi presidente do Deliberativo durante parte da gestão Bacellar.

“Origem do mal”

A heterogeneidade do Deliberativo Alviverde foi duramente criticada pela gestão anterior, comandada por Rogério Bacellar. O diretor institucional daquela diretoria, Ernesto Pedroso, o definiu como a “origem de todo o mal” do Coritiba.

“Há muito antagonismo no clube, não nos davam tranquilidade. Os males do Coritiba não vêm de fora pra dentro. Eles emanam do Conselho para fora. O mal vem daí. A derrota vem daí”, disparou, logo após o rebaixamento coxa-branca, deixando implícito que o Deliberativo barrava projetos e dificultava a gestão de Bacellar motivado por anseios e ambições políticos.

Desde 2011, quando o clube passou por uma reforma estatutária, o Deliberativo Alviverde segue o critério de proporcionalidade em sua composição. O objetivo é sempre garantir, internamente, o espaço para a contrariedade, evitando assim uma composição 100% homogênea e imune e contestações.

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