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Jogar a Série A, eleições, finanças; Coritiba encara desafios em 2020
| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

Após dois anos na Série B, o Coritiba conquistou o acesso e está de volta à Série A. O cenário dá um alívio à diretoria para a próxima temporada, mas aumenta a responsabilidade para alcançar os objetivos. A reportagem elencou os principais desafios do Coxa para 2020, que envolvem orçamento, resultados em campo, torcida e o ano político.

Confira abaixo:

Permanência Série A

O grande objetivo do Coritiba é a continuidade na elite em 2021. O retrospecto mostra que os quatro que sobem disputam para evitar novo rebaixamento. Em média, um a dois times conseguem permanecer.

Das 56 equipes que subiram da Série B para série A entre 2003 e 2018, na era dos pontos corridos, apenas 12 clubes superaram três anos consecutivos de permanência. Desses, quatro são considerados médios: Coritiba, Bahia, Athletico e Sport. Apenas o rival Furacão e o Bahia ultrapassaram a marca. A Chapecoense também tinha conseguido, mas caiu em 2019.

O presidente Samir Namur acredita que o Alviverde pode ir além: se livrar da queda e ainda conquistar uma vaga na Sul-Americana.

O histórico, contudo, tem sido bem diferente. Com exceções de 2011, quando perdeu a vaga para a Copa Libertadores na última rodada, e 2008, que terminou em nono, o Coritiba apenas brigou contra o rebaixamento. Em 2015, em 15º, o clube conseguiu a vaga na Sul-Americana, disputada no ano seguinte, com eliminação nas quartas de final para o Atlético Nacional-COL.

“É preciso reforçar, elevar o patamar financeiro, de gastos e isto vai acontecer. É claro que a gente busca manter os principais elementos deste time, manter uma base para o ano que vem e reforçar bastante”, avaliou o presidente do Verdão.

Estadual/Copa do Brasil

Logo após o acesso, Namur deixou claro como vai tratar as duas competições. “Vamos fazer uma pré-temporada visando a estreia na Copa do Brasil. Vamos poupar elenco no Estadual para chegarmos, pelo menos, até as oitavas de final da disputa nacional”, declarou.

O Coxa caiu na chave 3 e vai encarar o Manaus na primeira fase, fora de casa. Na etapa seguinte, se avançar, joga com quem passar de Gama x Brasil-RS e, na terceira fase, pegará o vencedor de Brusque x Sport ou Frei Paulistano-SE x Remo. Ainda tem a quarta fase, através de sorteio, antes das oitavas.

A prioridade passa, principalmente, pelo dinheiro. O prêmio das oitavas de 2019, por exemplo, era de R$ 5,6 milhões. O valor pode ser aumentado pela CBF no ano que vem, o que ajudaria a incrementar recursos para um time competitivo no Brasileiro, além de ter um resultado mais relevante no mata-mata nacional.

O Paranaense começa no dia 19 de janeiro, com a estreia diante do Cascavel. O Coxa vai usar o Estadual para reformular seu elenco, com mais espaço aos jogadores da base em seu início. Os reforços e atletas com contrato também serão utilizados durante o torneio, mas dentro de uma estratégia que visa os jogos da Copa do Brasil. Basicamente, a competição paranaense servirá de laboratório para a Série A.

Torcida/ingresso

Sucesso em 2019, o apoio do torcedor nas arquibancadas refletiu em uma média de 17.099 torcedores. No Brasileiro, em específico, o número aumentou para 22.419 presentes, com promoções de ingressos de R$ 5 a R$ 20. O clube teve nove dos dez maiores públicos durante a competição.

Com as promoções, o Coxa alcançou R$ 5,7 milhões de renda ao longo da Série B, o valor mais alto da disputa. Número que, entretanto, é maior do que o de apenas um time da Série A em 2019, a Chapecoense, que obteve R$ 4,5 milhões em rendas. Ou seja, o Alviverde terá de mexer na sua política de ingressos.

No embalo, o Coritiba lançou uma reformulação nos planos de sócios na reta final da Série B, com um preço congelado de R$ 50 no ano que vem. A torcida correspondeu e atingiu a marca de 22 mil associados. A meta é de 25 mil.

A diretoria, contudo, precisa fidelizar esse torcedor em um ano que a tendência é apenas permanecer na elite do futebol brasileiro, com Estadual e Copa do Brasil pelo caminho.

Orçamento

Com aumento de, pelo menos, 50 milhões em receitas de TV, além de um provável crescimento nos valores de patrocínios, sócios e bilheteria, o Coritiba espera utilizar desses recursos para fazer contratações e ainda diminuir a dívida.

No balanço de março deste ano, o débito é de R$ 209 milhões. O orçamento total de 2020 se aproximará dos R$ 100 milhões. “O Coritiba espera resolver outras pendências, com fornecedores, acordos trabalhistas. Vamos trabalhar agora com uma receita de Série A para regularizar isso”, afirmou Samir Namur.

A capacidade de investimento do Coritiba será menor que do Bragantino, que foi campeão da Série B, que promete um aporte de R$ 200 milhões para a montagem do grupo. Sport, outro que subiu, Fortaleza, Goiás e Ceará estão no mesmo patamar.

“Hoje trabalha-se com R$ 40 milhões (de TV) no pior dos cenários. Se colocarmos um valor de luvas, R$ 15 milhões, R$ 20 milhões, já se soma a isso. Uma colocação melhor no campeonato pode elevar ainda mais esse valor”, completou o mandatário.

Política

O ano que vem será o último do mandato do presidente Samir Namur. Eleito no final de 2017, quando o clube foi rebaixado, o dirigente passou dois anos na Série B e vai fechar sua trajetória disputando a Série A.

Historicamente, o ano eleitoral é conturbado no Alto da Glória, e os resultados em campo influenciarão nas eleições em dezembro de 2020. Namur, internamente, já falou que não tem pretensão de buscar a reeleição. No pleito passado, três chapas se inscreveram.

Apenas um nome se manifestou publicamente sobre o cargo até o momento. A chapa “Coritiba Ideal”, liderada por Renato Follador, foi lançada em julho deste ano e promete se candidatar. Glenn Stenger, Rui Bocchino, Guilherme Prosdócimo, Henrique Ballão e Filipe Ghignone são outros alviverdes envolvidos.

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