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As finanças do Coritiba começam a se normalizar somente agora, com a estabilidade do time na Primeira Divisão. Após contabilizar um prejuízo de quase R$ 11,5 milhões em 2007 (última das duas temporadas em que passou longe da elite do futebol brasileiro), o clube conseguiu fechar ano passado no azul, com pouco mais de R$ 1 milhão em caixa.

O saldo positivo deve-se a um incremento nas receitas, provenientes basicamente de três setores. O valor recebido em competições (incluindo cotas de televisionamento) quase triplicou, passando de R$ 7,8 milhões para R$ 20,2 milhões. A transferência de atletas rendeu mais R$ 7,9 milhões, contra R$ 1,7 milhão no ano anterior. Por fim, obteve pagamentos de mensalidades de sócios no total de R$ 6,1 milhões – o resultado em 2007 era de R$ 3,4 milhões. "A gestão melhorou, conseguimos administrar melhor. Na Série A, pudemos aumentar a quantia de dinheiro corrente", diz Francisco Araújo, diretor administrativo e financeiro do Alviverde. "Tem de contar também que vendemos o Henrique (à Traffic, empresa de marketing esportivo, por R$ 6 milhões), o que nos deu fôlego", acrescenta.

Mas nem tudo está resolvido no Alto da Glória. O Coritiba ainda sofre com pendências antigas. De acordo com o balanço financeiro de 2008, a dívida de longo prazo com bancos e ex-dirigentes é de quase R$ 10 milhões. Somente o ex-presidente Sérgio Prosdócimo tem a receber mais de 60% do valor. "Fizemos boas negociações, baseadas em juros menores, para que o clube tenha tranquilidade e não fique afogado", explica Araújo. "Nosso planejamento prevê eliminar os problemas do passado e não criar novos", emenda ele.

É justamente a "herança maldita" que estrangula o poder de investimento do clube. Com um índice baixo de liquidez (0,12), o menor entre os três times da capital, o Coxa encontra dificuldades para honrar os compromissos mensais. "Tivemos de aumentar os empréstimos e financiamentos para bancar certas despesas", afirma o dirigente. "Analisando o balanço, dá para perceber que o Coritiba depende muito de financiamentos de curto prazo. Se houver cortes (nos empréstimos), entra em inadimplência", explica Armando Rasoto, professor universitário e doutor em finanças. (CEV)

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