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Atlético adota política pé no chão para amenizar déficit milionário

O balanço financeiro de 2008 serve como argumento quando o presidente do Atlético Marcos Malucelli avisa que não irá cometer loucuras para reforçar o time neste ano.

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Se o Paraná fosse uma empresa, os investidores que tivessem aplicado dinheiro na companhia iriam registrar um prejuízo de 27,52% em 2008. Ou seja, perderiam dinheiro ao longo de 365 dias.

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As finanças do Coritiba começam a se normalizar somente agora, com a estabilidade do time na Primeira Divisão.

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A luz amarela acendeu para Atlético, Coritiba e Paraná. Os balanços financeiros de 2008 revelam que os clubes estão longe de atingir o equilíbrio econômico. Pior. Se fossem empresas tradicionais, o trio estaria perto de fechar as portas.

Professor universitário com doutorado em finanças, Armando Rasoto analisou os demonstrativos de resultados dos três times a pedido da Gazeta do Povo. A conclusão não é boa. "Os números demonstram a má gestão financeira. Em outros setores, eles teriam grandes dificuldades de continuar no mercado", afirma. Rasoto leciona economia na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Positivo, Unifae e Instituto Ibmec. "A situação é problemática", alerta.

O Rubro-Negro, por exemplo, fechou o ano passado com um déficit de R$ 18 milhões. Algo preocupante para quem obteve um resultado positivo de quase R$ 1,6 milhão em 2007. Já a dívida de curto prazo (empréstimos e financiamentos) está avaliada em mais de R$ 6 milhões. A longo prazo, o Furacão tem compromissos estimados em R$ 4,6 milhões – o valor não inclui ações cíveis e trabalhistas. "Não vendemos jogadores em 2008, por isso a diferença", argumenta o presidente atleticano Marcos Malucelli.

No Alto da Glória a situação aparentemente melhorou. A ascensão à Primeira Divisão fez com que a receita operacional do clube mais do que dobrasse, saltando de R$ 14,9 milhões em 2007 para R$ 37,6 milhões na temporada passada. O dinheiro arrecadado com a transferência de atletas, publicidade e direitos de televisão e oriundos da mensalidade dos sócios explica a rentabilidade. A injeção de caixa significou fechar no azul, com superávit um pouco superior a R$ 1 milhão – há dois anos, o Alviverde amargou um prejuízo de quase R$ 11,5 milhões. "É o resultado de uma gestão austera, preocupada em recuperar a credibilidade", explica Francisco Araújo, diretor administrativo e financeiro do Coritiba.

O Paraná, por sua vez, caminha em sentido inverso ao do rival. A queda para a Série B provocou um abalo na economia tricolor. Se em 2007, ano em que disputou a Libertadores, competição considerada a menina dos olhos por todos os times brasileiros, o balanço do clube apontou um desempenho negativo de R$ 388 mil, ano passado o prejuízo atingiu R$ 7,6 milhões.

"Entraram menos recursos. Recebemos bem menos de loterias, verba de tevê e patrocínio", diz Waldomiro Gayer Neto, vice de finanças paranista.

A questão, porém, consegue ser ainda mais preocupante. Os co-irmãos andam mal em termos de liquidez, que pode ser traduzida como a capacidade de pagar compromissos em dia. "Os três têm mais contas do que receitas. Para equilibrar, acabam buscando recursos em bancos", afirma Rasoto.

De acordo com os cálculos do professor, o índice de liquidez corrente de Coxa é 0,12, o pior entre as equipes analisadas. "Ou seja, o Coritiba tem 12 centavos para fazer frente a cada real que deve", explica ele. Esse índice no Paraná sobe para 0,29. No Atlético, 0,46.

A alternativa, aponta Rasoto, passa por transformar as dívidas de curto prazo em longo prazo, reduzindo a taxa de juros para patamares mais atraentes. "A saída é profissionalizar a gestão dos clubes. Com um bom planejamento em pouco tempo os três podem atingir uma situação muito mais privilegiada", ensina o professor.

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