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Quando a torcida alviverde começou a gritar "olé" no toque de bola do fraco time do Botafogo, que vencia por 2 a 0, aos 30 minutos do segundo tempo, ficou claro que o Coritiba havia ficado sem rumo. Depois disso, o time paranaense ainda perdeu um pênalti, que se somou às tantas outras chances desperdiçadas na partida, e levou mais um gol. Enfim, nada deu certo ontem à tarde no Couto Pereira.

A derrota marcou também o fim da lua-de-mel entre torcida e equipe. Em nenhum dos seis jogos disputados no Alto da Glória o público foi inferior a 15 mil pessoas. Ontem foram 16.203.

Após o Botafogo fazer o primeiro gol, logo aos dois minutos, numa cobrança de pênalti de Alex Alves (foi o sétimo gol do atacante no Brasileiro, todos de pênalti), os torcedores continuaram apoiando. Mas a impaciência foi aumentando com as diversas oportunidades perdidas na cara do goleiro Max, o melhor em campo disparado.

Na segunda vez em que atacou, o Botafogo jogou a arquibancada contra o Coritiba. Aos 31 minutos, César Prates acertou uma bela cobrança de falta no ângulo direito de Vizzotto e fez 2 a 0. Instantaneamente surgiram da torcida organizada Império Alviverde gritos pedindo raça, chamando o time de sem vergonha e insinuando que os jogadores seriam "cachaceiros".

Até então, o time do técnico Cuca havia criado cinco chances claras. Mas Rubens Júnior, Marquinhos e Caio pararam no goleiro. No lance mais incrível, Caio não venceu Max outra vez. No rebote, Marquinhos cabeceou e o zagueiro Scheidt desviou no meio do caminho a bola que foi no travessão.

Após a revolta da torcida, o time ficou mais nervoso e, por dez minutos, não ameaçou. Ainda antes de terminar o primeiro tempo, a produção em série de lances perigosos foi retomada. Dessa vez Alexandre, Marquinhos, Jackson e Rubens Júnior falharam nas finalizações. A cada chute defendido, bola para fora ou tirada em cima da linha por um zagueiro, a revolta na arquibancada crescia.

Fosse uma situação normal, os torcedores creditariam o resultado ao azar. Mas após a derrota para o time reserva do Atlético no clássico da semana passada, o ambiente inevitavelmente ficou pesado. Ao fim do primeiro tempo, um coro de vaias atormentou os jogadores.

Na volta do vestiário, alguns torcedores tentaram incentivar, mas a produção da equipe não ajudou. Se até então as chances perdidas eram o problema, na segunda etapa nem criar muitos lances de perigo o Coritiba conseguiu.

Cuca tirou Marquinhos, que vinha se revezando com Caio na função de segundo jogador de frente, para colocar o centroavante Tiago. A substituição fez o time perder movimentação e criatividade. O reserva teve apenas um bom momento. Para variar, Max salvou o Alvinegro carioca.

A paciência que restava aos coxas-brancas acabou de vez aos 30 minutos, quando veio o coro de "olé" no toque de bola botafoguense. Mas a torcida é volúvel. Bastou Marciano ser derrubado na área para aparecer a esperança de acabar com a tarde alvinegra no Couto Pereira.

O problema é que nem pênalti entrou ontem. Aos 40 minutos, Rafinha bateu no canto direito e Max, sempre ele, evitou o início de uma possível reação.

Parecia que nada mais poderia dar errado. Só que ainda havia tempo. Jackson cometeu penalidade máxima sobre Ricardinho. O Botafogo não errou. Juca mandou no canto esquerdo de Vizzotto e coroou o vexame alviverde.

Em Curitiba

Coritiba 0Vizzotto; Rafinha, Miranda, Flávio, e Rubens Júnior (Ricardinho); Nascimento (Marciano), Capixaba, Jackson e Caio; Marquinhos (Tiago) e Alexandre.Técnico: Cuca.

Botafogo 3Max; Juninho, Scheidt e Émerson (Tiago Xavier); César Prates (Leandro Carvalho), Jonílson, Juca, Almir e Bill; Alex Alves (Ricardinho) e Guilherme.Técnico: Péricles Chamusca.

Estádio: Couto Pereira.Árbitro: Wilson Luís Seneme (SP).Gols: Alex Alves (B), de pênalti, aos 2’, e César Prates (B) aos 31’ do 1.° tempo; Juca (B), de pênalti, aos 44’ do 2.º tempo.Cartões amarelos: Miranda, Rubens Júnior e Nascimento (C); Scheidt e César Prates (B). Renda: R$ 117.825,00.Público: 16.203 pagantes (total de 17.445).

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