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Se depender do projeto Surfe na Escola, o estereótipo do surfista "cabeça oca", preocupado apenas em deslizar nas ondas, está definitivamente com os dias contados. Implantado há pouco mais de seis meses em duas escolas municipais de Matinhos, no litoral do estado, a iniciativa da Federação Paranaense de Surfe (FPS) tem se mostrado eficiente dentro e fora do mar, formando novos esportistas e cidadãos completos.

Nos dois colégios em que o surfe (na teoria e na prática) foi implementado como alternativa à aula da Educação Física, Monteiro Lobato e Wallace Tadeu, os alunos não têm tido apenas boas notas na nova matéria, mas também um melhor desempenho nas demais, como Português, Matemática etc. Tudo por conta da obrigatoriedade de se manter na média (nota 6) no currículo "normal" para seguir freqüentando a areia.

"A aula de surfe é um incentivo a mais para os alunos. Eles procuram fazer o máximo, pois querem continuar. E desde que começou, sentimos que as notas têm melhorado de uma forma geral, além dos benefícios da prática esportiva", diz Angela de Souza, diretora do colégio Monteiro Lobato, que conta com 14 turmas participando (100 vagas), do pré a 4.ª série.

No Wallace Tadeu, o projeto também vai do pré a 4.ª série, e conta com 120 vagas. Os outros 80 participantes, num total de 300, são convidados de instituições estaduais.

A mesma sensação tem Margarete Matias dos Santos, mãe de Sérgio (12 anos), Fernanda (10) e Amanda (8), todos no Surfe na Escola. "Os três estão muito bem no colégio. O rendimento do Sérgio, principalmente, aumentou bastante", aponta ela, também conselheira tutelar do município. "Além disso, quem sabe teremos uma surfista na família, pois a Fernanda gosta muito, não falta nenhuma aula", completa.

Caso Fernanda opte mesmo pelo surfe no futuro, quem sabe entre para o time de destaques do Paraná sobre as ondas, encabeçado por Peterson Rosa, cria do pico de Matinhos e principal surfista paranaense de todos os tempos (apesar de ter nascido no litoral paulista). Além dele, o estado é bem representado hoje em dia por Jihad Kohdr e Bruna Schmidt, ambos de Matinhos, e Peterson Crisantos (que passou pelo projeto), tido como o herdeiro de Peterson Rosa.

"O projeto tem essa virtude de contribuir para melhorar a formação como um todo, não apenas ensinando um esporte. As crianças aprendem bons modos, tem o benefício da saúde, e ainda são impulsionadas para render mais nas outras matérias", explica Piero Rodigheri, um dos instrutores do Surfe na Escola.

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