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Organizar o ataque era a função de Barbieri e Cuca em campo. Responsáveis pela qualidade ofensiva, os dois meias dependiam de muita criatividade e inspiração. A visão de jogo fundamental para a antiga função é o pilar na vida dos hoje técnicos de Paraná e Coritiba. Mas ambos são exceções, pois, curiosamente, não se vê outros ex-meias à frente de equipes da Série A do Brasileiro.

A criatividade do tempo em que calçavam chuteiras ainda é útil, mas por outro motivo. É com ela que os dois contam para garantir a sincronia entre os setores da equipe. As características ofensivas da época de atleta não fazem o comandante paranista apostar em atacar o tempo todo.

"Tem de ter equilíbrio. Hoje se joga muito no contra-ataque, no erro do adversário. A distância entre os setores da equipe deve ter no máximo 30 metros", opinou.

Cuca tem um discurso parecido quanto à importância de cada compartimento. "Você deve saber a hora de usar alternativas de risco um pouco maior ou menor", ponderou.

Porém se mostra mais fã do futebol ofensivo do que o oponente de amanhã. "Quanto mais eu puder ir para a frente, mais o meu adversário vai ficar recuado. Só que para isso é necessário estabilidade, confiança e uma doação um pouco maior dos atacantes no primeiro combate, para tentar roubar a bola e definir o lance", explicou.

O problema admitido pelo treinador coxa-branca é que no momento a equipe não está equilibrada de maneira a colocar as convicções ofensivas totalmente em prática. Para ele, culpa do desmanche promovido por negociações e contusões.

"Tínhamos um time definido, que criava 20 chances de gol por partida. Sem a referência do centroavante, mas com a velocidade do Alexandre e do Rafinha por exemplo. A característica mudou com a saída de alguns jogadores e a chegada de outros. Nesse momento instável, é necessário reequilibrar, processo que começa sempre de trás para a frente", explicou Cuca, que pretende gradativamente voltar à ofensividade.

Mas não é por se preocupar mais com a retaguarda que Barbieri pode ser taxado de retranqueiro. Pelo contrário. "Monto o time para vencer, mas depende da característica do elenco. Gosto de meias criativos, de qualidade, que avancem e finalizem bastante, o que não é fácil encontrar atualmente", contou. "Meia ofensivo tem de entrar na área e chutar pelo menos quatro ou cinco vezes por partida", disse, reproduzindo os conselhos dado ao antigo titular Tiago Neves.

A grande lição que traz do tempo de boleiro, porém, não tem relação com a parte tática e, sim, psicológica. "O jogador não pode desanimar. Quanto pior a fase, mais ele precisa encontrar ânimo para sair dela."

Para ele, a pouca quantidade de jogadores de criação que viram técnicos é dura de explicar. "Talvez por não tentar. Quem tem medo da sombra, não sai no sol", acrescentou.

Cuca acredita que a posição do técnico no tempo de jogador não influencia muito. "Pode ter aquela vocação maior para um estilo. Mas é o mínimo. Também temos treinadores que nunca jogaram e são especialistas. Ou ex-goleiros que mandam seus times para a frente, como o Leão no Palmeiras", concluiu.

Tricolores

Escalação – No coletivo de ontem, no Pinheirão, Barbieri esboçou a equipe que enfrentará o Coritiba amanhã. A única mudança é no gol, com a entrada de Flávio no lugar de Darci. O restante do time é o mesmo que vem atuando: Daniel Marques, Marcos e Aderaldo; Neto, Pierre, Mário César, Éder e Edinho; Borges e André Dias.

Opção – Com isso, Beto e Rafael Mussamba, mesmo liberados pelo departamento médico, ficam fora do confronto. Ainda em busca de melhor preparo físico, pelo menos um deles deve ser selecionado para ficar no banco de reservas.

Ingressos – Os ingressos para o clássico estão à venda nas lojas da Rede Multifarma e nas sedes do Tricolor. As entradas custam R$ 20. A meia entrada é vendida por R$ 10.

Campanha – A campanha paranista no segundo turno é fraca. Em sete jogos, somou cinco pontos. Apenas Cruzeiro e Brasiliense (quatro) e São Caetano (um) têm pior rendimento.

Alviverdes

Sem mistério – O Coritiba está escalado no esquema 3–5–2 por Cuca para o clássico de amanhã no Pinheirão: Douglas; Vágner, Anderson e Reginaldo Nascimento; Jackson, Douglas Peruíbe, Capixaba, Caio e Ricardinho; Maia e Renaldo.

Alas – Novamente o treinador vai fazer modificações pelos lados do campo. James sai para a entrada de Jackson na direita. "Acho que a melhor fase do Jackson comigo foi quando o Rafinha estava na seleção e ele atuou nesta posição", explicou Cuca. Na esquerda continua o revezamento. Desta vez Ricardinho joga e Rubens Júnior vai para a reserva.

Festa – Antes do treino de ontem, no Couto Pereira, o meia Marquinhos foi surpreendido com uma homenagem da esposa Jaqueline pelo aniversário de 24 anos. Um carro de mensagens estacionou na porta do vestiário e surpreendeu o jogador, que se recupera de contusão. Em nome do grupo, discursaram Renaldo e Reginaldo Nascimento.

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