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Crise na Vila

Rivais torcem pela recuperação

Se em uma análise das consequências para o mercado paranaense, Atlético e Coritiba não são prejudicados pela crise do Paraná, esportivamente a situação é diferente. Dirigentes da dupla enxergam prejuízo ao futebol do estado.

"O Paraná, como estado, perde representatividade no futebol nacional, claro. Afinal, se trata de uma instituição com muitos títulos, tradicional. Mas nós acreditamos que é possível uma volta por cima", declara Vílson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do Coritiba.

Na Baixada, a análise é contida. "Eu não enxergo como uma crise do Paraná. Prefiro falar em um momento de turbulência, algo passageiro. Nós, do Atlético, estamos ajudando na medida do possível, emprestando atletas. Queremos e torcemos por um futebol do estado forte, com os três clubes disputando títulos", diz Gláucio Geara, presidente do Conselho Deliberativo rubro-negro.

As dificuldades do Paraná, que se arrastam (e se agravam) há quase três anos, levantam uma dúvida: qual o impacto para o mercado do futebol do estado de ter um time importante em crise? A Gazeta do Povo ouviu quatro especialistas da área e a conclusão é uma só: os problemas do Tricolor dizem respeito somente a ele mesmo. Na busca por patrocínios, parceiros e, mesmo na contratação de atletas, Atlético e Coritiba enfrentam o cenário difícil de sempre – independentemente da situação do coirmão, atolado em dívidas e ameaçado de cair para a Série C.

"Não atrapalha os outros dois, até porque estão em um patamar acima. Somente reforça essa superioridade, polariza ainda mais a tor­­­cida e as receitas", afirma Erich Beting, jornalista, criador do site Máquina do Esporte, referência na cobertura de negócios esportivos.

"Os clubes estão descolados nesse sentido. O Atlético vive uma situação muito confortável e nós vemos o Coritiba em processo de reorganização", referenda Amir Somoggi, diretor da área de esportes da consultoria Crowe Horwath.

Outros dois especialistas, que já se dedicaram ao Furacão e ao Tri­color, confirmam a tese e apontam caminhos para fugir da crise. "É preciso criar um projeto de expansão, sair do estado, novas alternativas de renda, diminuir a diferença orçamentária para os clubes de fora com criatividade. Se ficar na vala comum, um abraço", diz Mau­­­ro Holzmann, ex-Atlético, hoje na Traffic, empresa de marketing esportivo.

"O Paraná precisa se reinventar em sua relação com o mercado. É necessário ter mais agressividade. Mas é claro que para despertar interesse das empresas, os clubes devem estar fortalecidos no futebol e em sua gestão", declara Ernani Buchmann, presidente do penta paranista, em 1997, e publicitário.

Procura por soluções que, segundo Beting, é muito complicada. "Essa falência esportiva do clube comprova que só há espaço para dois times em Curi­tiba. É uma triste realidade. Em Campinas há essa discussão com Guarani e Ponte Preta."

Buchmann discorda: "Essa questão de dois ou três clubes é relativa. O Rio, por exemplo, tem muito mais. No mercado de alta competição, eu entendo que é complicado. Mas todos podem sobreviver, cada um no seu universo."

Paraná x Icasa

O jogo de ontem terminou após o fechamento desta edição.

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