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Jogadores do time paranaense comemoram o segundo título consecutivo no gramado do Couto Pereira | Henry Milléo/Gazeta do Povo
Jogadores do time paranaense comemoram o segundo título consecutivo no gramado do Couto Pereira| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Torcida fez a diferença na virada

Para os jogadores do Coritiba Crocodiles, a torcida presente no Couto Pereira foi a grande responsável pela reação diante do João Pessoa. Para o linebacker Vicente Brasil, o barulho feito pelos fãs desconcentrou os adversários, que venciam com certa folga.

"Com os gritos dos torcedores, eles cometeram erros que não estavam fazendo no início do jogo", afirmou o atleta do Coritiba. Entre os vacilos cometidos pelos paraibanos, um lance a pouco mais de um minuto do fim, que deixou o Croco em condições de empatar. "A torcida jogou junto hoje, o título é deles", completou.

Vencendo por 17 a 10 e sem poder avançar mais, os Espectros tinham a opção de receber e chutar a bola para frente, deixando o time da casa em situação difícil. Porém, desconcentrados pelo barulho, erraram e não conseguiram sair de sua defesa. Na jogada seguinte, o Coritiba conseguiu igualar e levar para a prorrogação.

Os gritos e o apoio aumentaram no tempo extra. E causaram novo vacilo, permitindo uma interceptação. Nesse momento, quem estava presente sabia que o time não perderia a decisão diante dos fãs. Na beira do gramado, os atletas que não estavam jogando vibravam e incentivavam os colegas. Quando Alexandre chegou à linha de fundo, a festa ficou completa.

Para Vicente, os torcedores testemunharam uma das partidas históricas do futebol americano no Brasil. "Tenho certeza que o pessoal que ficou no estádio até o fim jamais esquecerá essa vitória e essa conquista", finalizou.

  • Cerca 6,5 mil pessoas acompanharam a partida final
  • Decisão foi bastante disputada, só definida na prorrogação

O Coritiba Crocodiles sagrou-se campeão do Brasil Bowl pela segunda vez consecutiva, ontem, no Couto Pereira. E a vitória por 23 a 17 sobre o João Pessoa Espectros veio com uma dose grande de emoção: a seis minutos do fim da partida, o Croco perdia por 17 a 3, e a partida parecia perdida antes de uma reação avassaladora que só terminou na prorrogação.

O confronto foi bastante equilibrado no primeiro tempo, com as duas defesas levando grande vantagem. Apenas um field goal (chute que vale três pontos) deu ao Croco a vantagem de 3 a 0 antes do intervalo. As emoções ficaram para a metade final, quando o João Pessoa empatou e, com dois touchdowns (12 pontos, além de 2 pontos adicionais com o chute extra), aproveitando erros do ataque alviverde, ficou em grande vantagem.

Alguns torcedores chegaram a deixar o estádio, mas os que permaneceram continuaram a apoiar. Ao som de "eu acredito", os Crocodiles reagiram e, após o touchdown (6 pontos, mais 1 ponto adicional) de Adan "Ochonueve", não se calou mais – faltava menos de um minuto quando o placar foi igualado, em um novo touchdown.

No tempo extra, disputado em morte súbita, o primeiro time que marcasse levaria o título. E, para piorar, o sorteio deu a primeira chance de atacar aos Espectros. Mas a oportunidade dos paraibanos foi interrompida na terceira jogada, quando um lançamento foi interceptado por Chicão, da defesa dos Crocodiles.

Com a chance em suas mãos, o Coritiba não perdoou. Bastaram três jogadas para que o full back (jogador do ataque responsável por jogadas curtas em meio à defesa adversária) Alexandre chegar à linha de fundo e soltar o grito de campeão dos mais de seis mil torcedores presentes no Couto Pereira.

"Não existe jogo perdido aqui", disse o linebacker (espécie de zagueiro) Vicente Brasil, em meio à festa com a torcida alviverde. O wide receiver (responsável por receber os lançamentos) Preds Joe foi um dos exemplos do esforço do Croco, ao atuar o último período com as costelas machucadas e um tornozelo torcido.

"Nessa hora não tem dor, não tem sensação que me faça parar de jogar. Era esquecer isso, por saber que, mesmo que a vitória parecesse distante, nunca deixamos de acreditar", disse o camisa 80, visivelmente emocionado e cumprimentado até mesmo pelos seus adversários.

O público, de 6.406 torcedores, foi bom, mas não superou a maior marca da história, estabelecida na Arena Pernambuco há duas semanas: pouco mais de 7 mil espectadores acompanharam o jogo entre João Pessoa Espectros e Recife Mariners, que deu ao time paraibano a chance de enfrentar o Croco em Curitiba.

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