A crise financeira que abalou o mundo em 2009 ainda reverbera no automobilismo. Nesta semana, Curitiba recebe dois casos distintos dos efeitos da recessão econômica iniciada nos Estados Unidos. Enquanto o Campeonato Mundial de Carros de Turismo (WTCC) desembarcou na capital paranaense "apertando o cinto", o Desafio Internacional de Rali (IRC) comemora um começo de ano de boas novas.
"Com a crise econômica, muitos pilotos do WRC (Desafio Mundial de Rali, principal categoria da modalidade) migraram para o IRC, que hoje adota fórmula e carros tecnologicamente bastante competitivos", diz o promotor nacional da modalidade no Brasil, Marcos Marcola. Neste ano estão inscritos 53 pilotos, 15 a mais que na temporada passada. "É uma categoria que vem crescendo a cada ano. Custo menor é um dos fatores. Um carro do WRC custa, em média, 1 milhão de euros. Um IRC fica em torno de 300 mil euros", compara.
É o segundo ano que Curitiba é a única sede do IRC na América Latina. A etapa recebe o nome de Rali Internacional de Curitiba. Para que a largada oficial se realize amanhã, foi necessário R$ 1,5 milhão, mesmo valor do custo no ano passado.
O WTCC não teve a mesma sorte: com a crise financeira ainda afetando a Europa, reduziu orçamento: cortes de 40% no R$ 1,5 milhão de reais investidos em 2009.
Para este ano, o WTCC não conta com equipes da montadora espanhola Seat, que deixou a competição oficialmente, apenas apoiando times independentes; a BMW reduziu de cinco para dois carros no campeonato e a russa Lada também saiu. "Já esperávamos que 2010 seria um ano difícil para o automobilismo esportivo. Trabalhamos para gerenciar e reduzir ao máximo os efeitos negativos. Mas acredito que começar a primeira etapa com 20 (dos 26) pilotos é um fato de sucesso num momento como este", fala o diretor geral do WTCC, o italiano Marcelo Lotti.
"Assim como a Fórmula 1, em que houve saída de equipes e outras podem não chegar ao fim da temporada, as equipes do WTCC tiveram de fazer ajustes", diz o promotor da etapa de Curitiba (que abre a competição), Augusto Farfus. "Para manter a qualidade do evento, a grande sacada foram as parcerias: contamos com produtos e serviços prestados de empresas que, em troca, têm sua marca vinculada ao evento", explica.
Lotti aposta na volta do crescimento econômico em 2011, especialmente pela entrada em vigor do novo regulamento da modalidade. "Adotaremos um novo motor, 1.6 turbo, menor, menos poluente e de menor consumo. Como poderá ser usado nas provas de rali e turismo, permitirá aos fabricantes amortizar seus investimentos. Além disso, estamos em contato com novos construtores interessados em participar do WTCC a partir de 2011", afirma.
Serviço:
IRC Hoje, às 14 h, os pilotos promovem uma sessão de autógrafos na Boca Maldita. Às 14h30, largada promocional. Às 15h30 realiza-se o Prólogo, na pista dos Super Prime, ao lado da Câmara Municipal de Pinhais, em que se define a ordem de largada. Amanhã serão realizados oito trechos do rali, sendo o primeiro às 8h30, no Parque Barigui. No sábado, as largadas começam às 8h20, no trecho de Bocaiúva. O Super Prime (etapa final) começa às 15h35. A entrada é gratuita.
WTCC A partir das 11 h, na Boca Maldita, os pilotos farão uma sessão de autógrafos. Amanhã, treinos livres a partir das 9 h e classificatórios a partir das 16 h. No domingo, serão disputadas duas etapas da competição, a partir das 14h20. O custo do ingresso é a doação de 2 quilos de alimento não perecível (exceto sal). Pode ser adquirido nas Ruas da Cidadania, no Teatro HSBC e nos supermercados Condor.
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