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O surfista Sérgio Laus espera ficar mais de 10,1 km na onda do rio Araguari, batendo o próprio recorde de permanência na pororoca | Divulgação
O surfista Sérgio Laus espera ficar mais de 10,1 km na onda do rio Araguari, batendo o próprio recorde de permanência na pororoca| Foto: Divulgação

Quatro anos após chegar à marca de 10,1 km surfando sem parar uma onda de pororoca, o curitibano Sérgio Laus desafiará o seu próprio recorde mundial em um panorama bem mais desafiador. Ele embarca sexta-feira para o Amapá, onde inicia uma nova expedição com previsões sombrias.

As tábuas de marés indicam um volume maior de água no rio Araguari, local da aventura, e as ondas podem superar o dobro da altura encarada em 2005, quando ele ingressou no Guinness Book.

O aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas contribuem para complicar – e valorizar – a empreitada do surfista paranaense.

"São dois lados da mesma moeda. Com as ondas maiores, elas percorrerão distâncias mais longas e isso é favorável. Por outro lado, a pancada e a pressão de onda ficam mais fortes e por consequência é mais perigoso surfar", analisa.

Ele lembra que onda que lhe redeu o recorde em 2005 variou durante o percurso de 0,5 a 1,5 metro. Este ano, mal a temporada de pororocas começou e as ondas já têm atingido esta marca. "Provavelmente elas vão ultrapassar os 2 metros e se passarem dos 3 ou 4 metros não vão nos surpreender", afirma.

O auge das grandes ondas formadas pelo encontro do rio com o mar acontece em março, com o equinócio (dia e noite com igual duração) da primavera. O rio Araguari localiza-se no hemisfério norte, que agora se encontra no inverno. As condições exigirão ainda mais preparo físico e sincronia com o suporte técnico que o acompanha.

Dez pranchas de vários tamanhos, uma caixa de parafina, quilhas, resina para eventuais reparos, coletes salva-vidas e vários outros apetrechos totalizando 150 quilos embarcam nesta sexta com Sérgio Laus rumo à Amazônia.

O arsenal para o recorde, porém, é muito maior. Lancha, jet sky e uma grande embarcação como quartel general da expedição estarão à espera dele na selva. E para mover tudo isso: 1.135 litros de gasolina, 1.500 litros de óleo diesel e 60 litros de óleo dois tempos.

Do barqueiro ao cinegrafista contratado para documentar esperado feito o custo irá variar de R$ 35 mil a R$ 50 mil. Além de patrocinadores locais, ele conta com o apoio do governo do Amapá e da prefeitura de Cutia do Araguari, a capital da pororoca.

A busca do recorde vai até junho, mas ele retorna a Curitiba em março para o lançamento de Surf Adventures 2. O filme levará a façanha dos surfistas na pororoca pela primeira vez à telona. Laus participa da película que será exibida em 100 salas de cinema do Brasil.

A missão do paranaense este ano ainda reserva a produção do documentário, aprovado pela Lei Rouanet de incentivo à cultura, a respeito da pororoca do Brasil e da China, para onde ele volta em setembro. Em Hangzhou, na costa sudeste chinesa, ele conseguiu em 2008 uma autorização especial para surfar o fenômeno natural, chamado de Dragão Negro pelo seu trágico histórico de 200 mortos na temida avalanche de água.

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