Dago, de salvador a pipoqueiro

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Dagoberto entrou em campo quando o Atlético dominava o Pachuca, aos 15 minutos do segundo tempo. O placar ainda estava fechado na Arena. Ao substituir Marcos Aurélio, ele chegou a ser ovacionado por parte da torcida. Porém deixou o gramado em silêncio e hostilizado.

"Perdemos, infelizmente...", limitou-se a dizer o jogador, pouco antes de abortar as demais tentativas para entrevistá-lo, minutos após a derrota rubro-negra por 1 a 0 para o time mexicano.

O motivo para a irritação, além do tropeço em casa, pode ter sido o coro da torcida organizada Os Fanáticos ao perceber a falta de reação do time diante do toque de bola dos rivais. "Ero, ero, ero... Dago berto pipoqueiro", cantavam.

Na meia-hora de participação no duelo, o ex-ídolo do Furacão foi figura apagada. Desistiu de algumas jogadas, voltou a reclamar da arbitragem, levou cartão amarelo por supostamente simular uma falta que realmente aconteceu, assim como teve o azar de se tornar o divisor de águas do Furacão na tarde de ontem. Bastou ele assinar a súmula para a equipe desmoronar.

"O Dagoberto corre pelos flancos e facilita a penetração ofensiva. As primeiras jogadas dele foram boas. Depois o adversário melhorou a marcação", defendeu o técnico Vadão, que estava resignado com o desfecho da primeira semifinal. "O Pachuca jogou melhor que a gente o tempo todo."

William (na vaga de Cristian) e Chico (na de Michel) foram as outras duas trocas efetuadas por Oswaldo Alvarez. Ambas as investidas também não surtiram o efeito esperado – comprometendo o segundo tempo atleticano. "Uma má jornada", resumiu o treinador.

Com relação a Dagoberto – que sofre represália por ter travado com o clube uma batalha na Justiça do Trabalho –, o comandante atleticano ainda teve de esclarecer se era possível haver algum problema de relacionamento entre o atleta e os demais colegas. Apenas ontem, no sétimo confronto do Rubro-Negro pela Sul-Americana, o atacante ficou plenamente à disposição.

"Ele nunca teve problemas com os jogadores e a comissão técnica. Jamais foi afastado do elenco ou treinou separado. Sempre fez parte do grupo. Só não foi utilizado quando ocorreu a questão judicial", disse.