• Carregando...
Projeto do estádio Al-Gharafa, no Catar: mundial bilionário e suspeito. | Divulgação
Projeto do estádio Al-Gharafa, no Catar: mundial bilionário e suspeito.| Foto: Divulgação

O Mundial de 2022 ganhou esta semana novo capítulo para reforçar seu status de Copa da discórdia. Uma força-tarefa da Fifa – entidade que validou candidatura de um país que fica no deserto – ‘concluiu’ que o torneio deverá ser realizado entre os meses de novembro e dezembro. Solução lógica para escapar dos 50°C do verão árabe, mas que sucede a série de equívocos envolvidos na escolha do Catar. E só o início de mais problemas.

A inédita mudança de datas promoveria um desastre no calendário europeu, onde estão concentradas as principais seleções e a maioria das estrelas que deveriam estar no Mundial. Seriam 38 datas a menos. Eles insistem que o torneio seja disputado entre abril e maio para não afetar as disputas nacionais e principalmente a Liga dos Campeões. Ninguém descarta, assim, o boicote dos países do continente à Copa.

No Brasil, a CBF teria de adiantar toda a temporada, acumulando partidas para encerrar todos os campeonatos pelo menos 45 dias antes do normal. sacrificando parte da pré-temporada dos clubes.

Como nada referente ao Mundial do Catar é tão ruim que não possa ficar pior, segundo o jornal inglês Daily Mail, uma das sugestões apresentadas é que a Copa seja disputada entre 26 de novembro e 23 de dezembro. Para não acabar com o Natal dos envolvidos – atletas, estafe, imprensa e os torcedores que comprariam os caros ingressos da decisão –, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que a final não deverá ser realizada após o dia 18 de dezembro. A decisão final do comitê executivo da Fifa deve ser anunciada até o dia 20 de março.

A escolha do Catar saiu do script desde o início. Nenhuma outra Copa foi escolhida com tanta antecedência, em 2011, 11 anos antes. A denúncia de que membros da Fifa foram subornados para escolher o país foi escancarada pela imprensa europeia transformando o processo no ‘Qatargate’.

O escândalo dos bastidores é transformado em tragédia na contagem da morte dos operários envolvidos na preparação do país. Há pouco menos de um ano os números apontavam para surpreendentes 1.200 mortos. Escalada que deve estar ainda mais estarrecedora. Quem sobrevive encorpa as estatísticas de trabalho escravo e condições desumanas de sobrevivência, que o próprio secretário-geral, Jérôme Valcke reconheceu esta semana, quando o país anunciou – enfim – uma reforma legislativa para garantir pagamento a trabalhadores.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]