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Nem Ronaldo ou Roberto Carlos. As atenções estiveram voltadas para Jucilei no treinamento do Corinthians nesta manhã de terça-feira (27). Surpresa na primeira lista de Mano Menezes na seleção brasileira, o volante viveu uma manhã de galáctico ao comemorar a primeira convocação da carreira, mas sem esquecer os momentos difíceis antes de chegar ao Parque São Jorge. Mais que isso, mostrou personalidade e não acredita que sentirá o peso de vestir a camisa amarela.

Jucilei ou "Monstro", como foi definido por Mano, foi recepcionado por todos os jogadores assim que pisou no clube. Ronaldo e Roberto Carlos, líderes e ídolos dos próprios atletas do Timão, fizeram questão de cumprimentá-lo.

"Todos brincaram bastante quando cheguei. O elenco me deu um abraço e falou que eu mereço. Fico muito feliz, meu trabalho está sendo reconhecido. É importante receber os parabéns de Ronaldo e Roberto, dois que já disputaram Copas. É muito gratificante," afirmou.

O volante de 22 anos, aliás, viveu fortes emoções nas últimas horas. No momento da convocação, fazia compras em São Paulo e não acreditou quando um amigo lhe avisou por telefone. Pouco depois, pôde comemorar com a família a primeira chance na seleção brasileira, deixando para trás um passado de dificuldades em São Gonçalo, Rio de Janeiro.

Jucilei perdeu a mãe aos 13 anos e praticamente não conviveu com o pai. Assim, acabou criado pelos avós. Ainda criança, trabalhou como servente de pedreiro. O salário de apenas R$ 450 servia para ajudar no sustento dos familiares.

"Tive uma infância difícil. Trabalhava como servente e ganhava R$ 15 por dia. Todo trabalho é digno. Eu não reclamava, levantava a cabeça e tinha um sonho, que está sendo realizado agora. Minha família está muito feliz, todo mundo chorando. Mas é um choro de alegria e não sofrimento. Isso me deixa muito feliz," acrescentou.

No Timão quase por acaso

O destino, aliás, parecia disposto a colaborar com Jucilei. Depois de atuar pelo Ulbra-RS, chegou ao J. Malucelli (atual Corinthians Paranaense). Na ocasião, o auxiliar Sidnei Lobo viajou a Curitiba para observar o meia Pedro Ken, do Coritiba (agora no Cruzeiro), alvo do Timão na época. Entretanto, acabou convencido por um funcionário do Jotinha a vê-lo em ação em outro jogo. Observação feita, DVD em mãos e aprovação de Mano Menezes.

"As coisas foram acontecendo. Eu procuro sempre falar que é coisa de Deus. Eu não entendo. No começo de 2009, estava no J. Malucelli e agora pego seleção. Eu fico sem entender. Mas acredito no meu trabalho," ressaltou.

Apesar da euforia pelo chamado, Jucilei mira agora se firmar na seleção. Mais do que ter a confiança de Mano Menezes, o volante promete empenho total para ser lembrado em outras convocações.

"O Mano confia em mim, sabe do meu potencial. Vou chegar lá e meter a cara. É preciso ter personalidade. Se a camisa do Corinthians não pesou, da seleção também não vai pesar. Se ele me der oportunidade para jogar ou entrar, tenho que agarrar a oportunidade, dar a vida. É seleção e eu estou pronto," completou.

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